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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, ordenou na terça-feira (11) a "suspensão do envio de comunicações e outros tratos com agências de segurança americanas" até que cessassem os ataques dos Estados Unidos a barcos em águas do Caribe e do Pacífico.
"Dá-se ordem a todos os níveis da inteligência da força pública para suspender o envio de comunicações e outros tratos com agências de segurança americanas", escreveu Petro no X.
O mandatário alegou que "a medida será mantida enquanto os Estados Unidos mantiverem os ataques com mísseis a lanchas no Caribe".
“A luta contra as drogas deve subordinar-se aos direitos humanos do povo caribenho”, acrescentou o colombiano.
Nos últimos meses, Petro se voltou contra o presidente americano, Donald Trump, em diversas ocasiões, acusando-o de cometer "assassinatos" e "crimes de guerra" em sua campanha militar contra as drogas, primeiro no Caribe e depois no Pacífico, onde desde setembro foram registrados duas dezenas de ataques e mais de 70 mortes de pessoas consideradas narcotraficantes pelos Estados Unidos.
Esses episódios aprofundaram o atrito entre Washington, Colômbia e o regime da Venezuela, cujos líderes - Petro e Nicolás Maduro - são acusados por Trump de promoverem o narcotráfico.
O anúncio da Petro foi feito depois da decisão do Reino Unido de interromper o compartilhamento de informações de inteligência com os Estados Unidos sobre embarcações suspeitas de narcotráfico no Caribe, para não ser "cúmplice" dos ataques americanos.
Durante anos, o Reino Unido - que controla territórios no Caribe onde mantém bases de inteligência - havia ajudado os Estados Unidos a localizar embarcações suspeitas de transporte de drogas para que a Guarda Costeira americana pudesse interceptá-las, informaram fontes da CNN.
A decisão do Reino Unido representa uma ruptura significativa com um de seus aliados mais próximos e importante parceiro no intercâmbio de inteligência.