CVM torna réus chefe de gabinete de Ibaneis e governo do DF

  • Por Jovem Pan*
  • 19/11/2025 18h34
WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO Banco Master SP - OPERAÇÃO COMPLIANCE ZERO/PF/BANCO MASTER/BRB/PRESIDENTE/AFASTAMENTO - ECONOMIA - Fachada do Banco Master na cidade de Ssão Paulo, nesta terça-feira, 18 de novembro de 2025. O Banco de Brasília (BRB) enviou nota à Broadcast informando que nenhuma prisão foi realizada na manhã desta terça-feira, 18, envolvendo funcionários da instituição. "A decisão judicial que orienta a atuação da Polícia Federal nas dependências do Banco determina, exclusivamente, o afastamento temporário do presidente e do diretor financeiro pelo prazo de 60 dias", trouxe o comunicado. 18/11/2025 - Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tornou réus o governo do Distrito Federal e a chefe de gabinete do governador Ibaneis Rocha, Juliana Monici, em um processo envolvendo o Banco de Brasília (BRB). Juliana responde na qualidade de membro do conselho fiscal do banco, cujo controle é detido pelo governo do DF.

De acordo com o site da CVM, os dois já receberam a citação. Os detalhes do caso não são públicos. Mas, neste ano, foi aberta uma ação popular contra a nomeação de Monici para a cadeira de conselheira fiscal do banco porque haveria conflito de interesse e prejuízo à sua capacidade de fiscalizar os atos do banco. Procurado, o governo do DF não se manifestou.

Caso Master-BRB

A medida da CVM ocorre em meio à investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal sobre a gestão do Banco Master, que também levou ao afastamento do cargo do então presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, nesta terça-feira, 17.

Como mostrou o Estadão, os investigadores detectaram indícios de que a instituição comandada por Daniel Vorcaro vendeu R$ 12,2 bilhões em carteiras de crédito inexistentes ao BRB, o banco público do Distrito Federal, e entregou documentos falsos ao Banco Central para tentar justificar o negócio.

Esse montante teria sido transferido do BRB ao Master entre janeiro e maio deste ano, e foi motivo de uma ordem judicial que permitiu o bloqueio de bens nesse valor. Em um período mais amplo, o BRB transferiu R$ 16,7 bi ao banco privado.

Também nesta terça, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master, menos de um dia após o Grupo Fictor ter indicado o interesse em comprar a instituição.

Esses fatos foram comunicados aos órgãos de investigação pelo próprio BC, depois que a compra do Master pelo BRB foi rejeitada

Em nota, o BRB “reforça que sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência, prestando regularmente informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central do Brasil sobre todas as operações relacionadas ao Banco Master”.

*Estadão Conteúdo