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A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) conseguiu se superar. Agora, além de ser palco de discursos ideológicos, virou também cemitério da língua portuguesa. Na placa da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, a frase “Uma Pró-Reitoria Antirracista e de Todes” não é apenas um erro gramatical – é um insulto à inteligência. Um estupro linguístico travestido de inclusão, que obriga alunos e professores a engolirem militância disfarçada de progresso.
Enquanto o Brasil despenca nos rankings de educação e o ensino público afunda na mediocridade, a UFPel segue firme em sua missão paralela: criar pronomes, slogans e narrativas, em vez de formar profissionais competentes. A mesma universidade que adora posar contra o agronegócio e abrir espaço para movimentos de viés político agora também declara guerra à gramática e à própria razão.
O problema não é apenas linguístico – é simbólico. Quando uma instituição de ensino superior transforma a língua em ferramenta de militância, o saber se torna refém da ideologia. O espaço que deveria promover o pensamento crítico vira laboratório de doutrinação. O estudante que entra buscando conhecimento sai com diploma de militante e dívida intelectual.
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Coitados dos pais que sonham em ver seus filhos formados por instituições que confundem sala de aula com palanque. A língua portuguesa é herança cultural, história e identidade de um povo. Desfigurá-la em nome de modismos políticos é desrespeitar séculos de literatura, de arte e de ensino.
Se esse é o modelo de educação que se espalha pelas universidades federais, o futuro está mesmo em perigo. O ensino deixou de ser ponte para o desenvolvimento e passou a ser trincheira ideológica. É hora de resgatar o papel essencial da universidade – ensinar, pesquisar e servir à sociedade, e não ao ativismo. Caso contrário, formaremos gerações inteiras incapazes de pensar por si mesmas, mas fluentes em dialeto revolucionário de gabinete.
Martim Todesco Adreani (Capitão Martim) é deputado estadual no Rio Grande do Sul.
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos