Opositores comemoraram a prisão de Bolsonaro na frente da sede da PF na manhã deste sábado (22).
Opositores comemoraram a prisão de Bolsonaro na frente da sede da PF na manhã deste sábado (22). (Foto: Vini Santa Rosa/EFE)

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A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi cumprida pela Polícia Federal na manhã deste sábado (22) e provocou uma onda de comemorações entre lideranças da esquerda. Bolsonaro foi levado para a Superintendência da PF em Brasília por volta das 6h35. A medida não representa o início do cumprimento da pena de 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado, ainda pendente de julgamento final no STF.

Entre as principais lideranças da esquerda no Congresso, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara, afirmou que Bolsonaro continuava tentando tensionar o ambiente político mesmo em prisão domiciliar. Ele disse que apoiadores buscavam criar um cenário de intimidação contra o STF e a PF, com risco de tumulto armado e tentativa de impedir a prisão definitiva. 

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), classificou o momento como “histórico” e declarou que quem investiu contra a democracia precisará responder por isso. “A decisão foi tomada com base na garantia da ordem pública e determina que ele permaneça detido enquanto avançam as investigações”, disse.

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Figura histórica do PT, o ex-ministro José Dirceu afirmou que o país vive “um recomeço” e comemorou que, segundo ele, “o chefe da tentativa de golpe” está preso.

O ex-deputado federal Marcelo Freixo (PT-RJ) afirmou que a PF atuou corretamente ao cumprir o mandado e citou dois elementos que fundamentaram a prisão: a convocação de uma vigília de viés golpista feita por Flávio Bolsonaro e a fuga de Alexandre Ramagem para os Estados Unidos. “Seguimos firmes na defesa da democracia”, declarou.

A líder da bancada do PSOL, deputada federal Talíria Petrone (RJ), disse que a notícia a surpreendeu logo cedo e escreveu: “O Brasil sorri”. “A proximidade da casa de Bolsonaro com algumas embaixadas que seriam possíveis lugares de asilo político, e a tentativa de rompimento da tornozeleira ontem à noite acenderam o alerta da PF e do STF”, acrescentou.

A deputada Erika Hilton (SP) também celebrou, afirmando: “Bolsonaro, a Papuda lhe espera”. A deputada Érika Kokay (PT-DF) afirmou que a prisão tem caráter histórico e relacionou Bolsonaro às mortes da pandemia e a ataques contra grupos vulneráveis, indígenas, mulheres e população negra. O ex-presidente nacional do PT, Rui Falcão (SP), e o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) igualmente destacaram o dia como simbólico para a democracia.

O deputado Túlio Gadelha (Rede-PE) ironizou os filhos do ex-presidente ao dizer que um episódio resultou na tornozeleira eletrônica e outro na prisão preventiva, consequência de, segundo ele, Bolsonaro usar a fé das pessoas para fazer política.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não se manifestou sobre a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula está na África do Sul participando da Cúpula do G20.

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