França não assinará acordo com o Mercosul que ‘condenaria’ seus agricultores

A ministra da Agricultura, Annie Genevard, defende uma cláusula de salvaguarda para barrar a entrada na Europa de produtos agrícolas que não atendam às normas sanitárias e ambientais do bloco

  • Por Jovem Pan
  • 09/11/2025 08h56
Foto: Ricardo Stuckert / PR 06.06.2025 - Visita à exposição “Nosso Barco Tambor Terra”, de Ernesto Neto, na companhia do Presidente da República Francesa, Emmanuel Macron 06.06.2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita à exposição “Nosso Barco Tambor Terra”, de Ernesto Neto, na companhia do Presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, no Grand Palais. Paris - França. Foto: Ricardo Stuckert / PR Apesar das declarações da ministra, o presidente Macron afirmou durante a semana que vê perspectivas positivas para a assinatura do acordo entre a União Europeia e o Mercosul

A França “não assinará” o acordo comercial com os países do Mercosul porque “condenaria” seus agricultores, afirmou neste domingo (9) a ministra da Agricultura, Annie Genevard. “Queremos apoiar nossos agricultores e, por isso, a França não assinará um acordo que, a longo prazo, os condenaria”, declarou a ministra ao jornal JDD, reafirmando as “linhas vermelhas” do governo de Paris.

Apesar das declarações da ministra, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou durante a semana que vê perspectivas positivas para a assinatura do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai).

Para assinar o acordo, a ministra pede uma cláusula de salvaguarda agrícola, medidas que impeçam a importação para a Europa de produtos agrícolas que não cumpram as normas sanitárias e ambientais europeias, além de um reforço dos controles sanitários.

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Macron indicou na quinta-feira no Brasil que está “bastante positivo” sobre a possibilidade de aceitar o acordo comercial, embora tenha afirmado que permanecerá “vigilante”. O acordo foi assinado no final de 2024 e, em 3 de setembro de 2025, foi adotado pela Comissão Europeia. Contudo, o texto ainda precisa ser aprovado pelos 27 Estados-membros da UE antes de entrar em vigor – e alguns países permanecem relutantes, como a França.

*Com informações da AFP