Brigitte Bardot
Brigitte Bardot no filme "As malícias do amor" (1964). (Foto: Wikimedia Commons)

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Políticos de direita e da esquerda na França reagiram de forma divergente à morte de Brigitte Bardot, movimento que gerou debate sobre a possibilidade da realização de uma homenagem nacional ao legado da atriz.

Bardot morreu neste domingo (28), aos 91 anos, em Saint-Tropez, no sul da França. A causa da morte não foi divulgada oficialmente, segundo a imprensa francesa. Ícone do cinema nas décadas de 1950 e 1960, ela abandonou a carreira artística nos anos 1970 e passou a se dedicar principalmente à defesa dos direitos dos animais.

Segundo o jornal Le Figaro, políticos ligados ao partido de direita Reunião Nacional defenderam a realização de uma homenagem nacional para a atriz, destacando o papel de Bardot como símbolo cultural da França. Parlamentares da legenda recordaram também que a atriz manifestou apoio ao partido em diferentes momentos de sua trajetória pública.

O deputado Éric Ciotti, presidente da legenda União das Direitas pela República (UDR) e aliado do Reunião Nacional, fez um apelo público ao presidente Emmanuel Macron para que o governo francês organize uma homenagem nacional a Bardot. Em publicação nas redes sociais, Ciotti afirmou que a atriz marcou profundamente a cultura francesa.

Na esquerda, membros do Partido Socialista da França reconheceram a relevância artística de Bardot para o país, mas questionaram a realização de uma homenagem nacional ao legado da atriz.

O primeiro-secretário do Partido Socialista, Olivier Faure, afirmou que homenagens nacionais costumam ser reservadas a personalidades que prestaram “serviços excepcionais à Nação” e mencionou o que chamou de “controvérsias” associadas às posições públicas de Bardot fora do cinema. Essas controvérsias dizem respeito principalmente a declarações políticas feitas por Bardot após o encerramento de sua carreira artística, sobretudo críticas à imigração e ao islamismo, que resultaram em condenações judiciais por “incitação ao ódio racial”.

Segundo a emissora francesa TF1, uma jornalista que era próxima de Bardot afirmou que ela não desejava cerimônias solenes nem protocolos de Estado após sua morte, preferindo uma despedida discreta e íntima.

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