Fundo Amazônia x Fundo de Florestas: saiba a diferença entre os dois projetos

Criado para combater o desmatamento de florestas tropicais úmidas em países em desenvolvimento, o TFFF busca oferecer recursos estáveis e previsíveis para financiar políticas de conservação e restauração ambiental

  • Por Jovem Pan
  • 07/11/2025 18h21
PAULO PINTO/ESTADÃO CONTEÚDO 12132727.145301 Fundo Amazônia é administrado pelo BNDES

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), principal proposta do Brasil na Cúpula do Clima da ONU (COP30), alcançou cerca de US$ 5,5 bilhões em compromissos de investimento, incluindo US$ 1 bilhão do governo federal, no primeiro dia da Cúpula de Líderes, nesta quinta-feira (6). O resultado foi considerado uma vitória pelo governo Lula, já que a proposta, lançada na COP de Dubai em 2023, enfrentava o desafio de atrair seus primeiros investidores. A meta é atingir US$ 10 bilhões em 2026 e US$ 125 bilhões no total.

Criado para combater o desmatamento de florestas tropicais úmidas em países em desenvolvimento, o TFFF busca oferecer recursos estáveis e previsíveis para financiar políticas de conservação e restauração ambiental. Diferentemente do Fundo Amazônia, ativo desde 2008 e voltado exclusivamente à Amazônia Legal brasileira, o TFFF tem alcance global e inclui pagamentos também pela recuperação de áreas degradadas, ampliando o potencial de ganhos ambientais e econômicos.

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Ambos os fundos vinculam o repasse de recursos à redução do desmatamento, mas o novo mecanismo prevê remuneração anual por hectare conservado ou restaurado, com pelo menos 20% dos valores destinados a povos indígenas e comunidades locais. A gestão inicial será apoiada pelo Banco Mundial, com supervisão de um colegiado composto por países beneficiários e patrocinadores.

O Fundo Amazônia, por sua vez, continua sendo administrado pelo BNDES, com recursos de doações não reembolsáveis de governos estrangeiros – principalmente Noruega e Alemanha – e novos aportes em negociação com instituições multilaterais e empresas privadas.

Veja a seguir como cada um funciona e quais as principais diferenças:

Alcance

  • TFFF – Voltado à proteção de florestas tropicais de países em desenvolvimento, financiando políticas públicas de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, manejo e restauração, e opera na lógica de mercado, captando investimentos públicos e privados que geram dividendos para remunerar investidores e países beneficiários.
  • Fundo Amazônia – Voltado a financiar projetos e ações contra o desmatamento, e de manejo sustentável na Amazônia Legal brasileira, capta doações não reembolsáveis de governos estrangeiros (principalmente Noruega e Alemanha) e empresas nacionais (está se estruturando para receber dinheiro de instituições multilaterais, ONGs e pessoas físicas).

Mecanismo de repasse

  • TFFF – Remuneração anual fixa aos países em desenvolvimento com floresta, por hectare conservado ou restaurado, com percentual mínimo (20%) direcionado a povos indígenas e comunidades locais. A gestão prevê apoio inicial do Banco Mundial e um colegiado composto por países beneficiários e patrocinadores para supervisionar o mecanismo e garantir critérios de elegibilidade dos países com floresta;
  • Fundo Amazônia – Beneficia diretamente, por meio de editais, projetos de órgãos governamentais, ONGs e outras entidades que executam projetos na Amazônia Legal. É gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com um comitê que estabelece as diretrizes do fundo, o Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA).

*Com informações do Estadão Conteúdo