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O Grupo IDEA, formado por ex-presidentes da América Latina, Espanha e ex-chefes de governo ibero-americanos, reconheceu por meio de uma declaração oficial nesta segunda-feira (17) os líderes opositores Edmundo González Urrutia e María Corina Machado como presidente legítimo e vice-presidente da Venezuela. O documento foi assinado por mais de 30 ex-governantes durante evento realizado em Miami.
No documento, chamado de “Declaração de Miami”, os ex-mandatários afirmam que González Urrutia recebeu 67,1% dos votos válidos nas eleições de 28 de julho do ano passado, segundo resultados verificados pelo Centro Carter e revisados a partir de 25.575 atas autênticas, hoje depositadas no Banco Central do Panamá. O texto acrescenta que María Corina Machado foi reconhecida como “líder da transição democrática e vice-presidente” da Venezuela, com mandato para “conduzir o restabelecimento” da democracia.
De acordo com os líderes políticos, a Venezuela vive uma “grave ruptura da ordem constitucional” causada por um regime classificado como ilegítimo. A declaração afirma que o país enfrenta uma crise “política, institucional, social e humanitária”, marcada por sistemáticas violações de direitos humanos sob a ditadura de Nicolás Maduro.
O Grupo IDEA - que inclui nomes como Iván Duque, Mauricio Macri, Mariano Rajoy, Julio María Sanguinetti e Álvaro Uribe - pediu que governos do hemisfério e organismos multilaterais reconheçam formalmente González e Corina Machado e apoiem uma transição pacífica na Venezuela.
A declaração também exige a libertação de todos os presos políticos e o fim da repressão estatal. Conforme o texto, o regime de Maduro pratica “terrorismo de Estado” e comete crimes de lesa-humanidade que precisam ser interrompidos.
Edmundo González está exilado na Espanha, enquanto María Corina Machado - vencedora do Prêmio Nobel da Paz deste ano - está escondida dentro da Venezuela.


