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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu aos seus ministros, nesta quarta (17), para entrarem em contato com senadores para pedir apoio à indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF). A nomeação depende de aprovação do Senado e enfrenta resistência entre parlamentares, o que levou o Planalto a intensificar a articulação política.
Durante a última reunião ministerial de 2025, Lula mandou seus ministros ligarem para senadores amigos para dar cumprimentos às festas de fim de ano e pedir votos a Messias.
“Todo o mundo que puder, por favor, quem tiver um senador amigo não deixe de ligar para desejar feliz Natal e pedir voto para o Messias”, afirmou o presidente aos ministros.
Lula também saiu em defesa pública do indicado e rebateu críticas de que a escolha teria motivação pessoal. Ele lembrou que Messias defendeu a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no processo de impeachment e reforçou a lealdade do advogado.
“Eu não indiquei o Messias porque ele é meu amigo. Indiquei o Messias porquê ele é um grande advogado e porque o país tem uma grande gratidão pelo que ele fez em defesa da presidenta Dilma Rousseff desde lá, ele continuou sendo leal”, pontuou.
O petista emendou afirmando que a indicação de Messias “é por mérito”, e “não “por amizade pessoal”.
A indicação gerou ruídos políticos no Senado, especialmente após o presidente da casa, Davi Alcolumbre (União-AP), ver a preferência por Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ser descartada. O parlamentar chegou a tentar pautar a sabatina de Messias para 10 de dezembro, mas recuou diante da ausência da mensagem oficial do Planalto ao Congresso.
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A demora no envio da indicação foi interpretada como estratégia do governo para ganhar tempo e permitir que Messias intensifique conversas com senadores na tentativa de reduzir a resistência ao seu nome antes da sabatina.
Servidor público de carreira, Jorge Messias atuou como procurador do Banco Central e da Fazenda Nacional. Ele também passou pelo Ministério da Educação na gestão de Aloizio Mercadante, período em que se aproximou de quadros do PT.
No governo Dilma, Messias ocupou o cargo de subchefe de Assuntos Jurídicos da presidência e teve o nome projetado nacionalmente após a divulgação de uma conversa telefônica em que a ex-presidente o mencionava no envio de um termo de posse a Lula – foi chamado de “Bessias”.



