Após Moraes interromper sustentação oral para julgamento, Jeffrey Chiquini fala sobre ausência de laudo. Ele também se dirige a seus colegas para tratar de alteração de código hash em prova.
Após Moraes interromper sustentação oral para julgamento, Jeffrey Chiquini fala sobre ausência de laudo. Ele também se dirige a seus colegas para tratar de alteração de código hash em prova. (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

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Durante a sustentação oral do advogado Jeffrey Chiquini, ocorrida nesta quarta-feira (12), o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes interrompeu a fala para fazer um questionamento: "Vossa senhoria junta aqui, do dia 12/11, uma foto do clube, me parece, do réu na piscina. Daí vossa senhoria junta também do dia 14/11, um dia antes do aniversário, jantando com os amigos uma foto. Vossa senhoria não teria uma foto do dia do aniversário dele? Porque todos nós tiramos fotos no dia do nosso aniversário? Não haveria nenhuma foto? A mulher não tirou foto? Os filhos?".

Diante do questionamento, o advogado, que defende o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, propôs: "Vamos suspender esse julgamento, oficiar a Polícia Federal para que forneça o laudo de extração do celular de Azevedo, e todos nós tiraremos essa conclusão."

Moraes volta a interromper, questionando o motivo de Jeffrey ter fotos de outros momentos, mas não do aniversário. O advogado, então, esclarece: "Essas fotos eu consegui da nuvem. Aquela foto do dia 14 é do celular da esposa do coronel, não é do celular do coronel. E se no dia 15 nós temos uma foto do celular do coronel? Eu não tenho como acessar." Após isso, Moraes se dá por satisfeito em suas perguntas.

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Advogado aponta fraude na investigação

Após o ocorrido, Jeffrey se irritou com o representante do Ministério Público: "Vossa excelência, desculpa, mas não sei o que é engraçado enquanto eu falo. Peço vênia ao procurador, rindo enquanto eu falo", e reiterou que possui ata notarial do celular da esposa de Azevedo, mas que não há laudo pericial do celular. "Estou tendo que usar prova do celular da esposa, prova do celular da irmã, sendo que o delegado tem o celular do coronel Azevedo nas mãos. Ministro Zanin, isso não aconteceu nem na operação Lava Jato", concluiu.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal julga o que Jeffrey Chiquini chama de "a pior investigação do país". Jeffrey se voltou a seus colegas advogados para falar sobre uma alteração do código hash ocorrida durante as apurações da PF: "Alteração de código hash, o que significa isso? Adulteração, fraude." O advogado defende a responsabilização do delegado Fábio Schor, por conta do que aponta como fraudes na investigação.

O núcleo 3 integra um grupo de ações penais acusado de planejar um suposto golpe de Estado no Brasil, entre o final de 2022 e 8 de janeiro de 2023. No núcleo 1, a Turma condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos de prisão.