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Em notas enviadas à imprensa e em declarações nas redes sociais, parlamentares aliados de Jair Bolsonaro (PL) criticaram a prisão do ex-presidente na manhã deste sábado (22). Viaturas descaracterizadas chegaram à casa de Bolsonaro, em um condomínio, por volta das 6h, e o ex-mandatário foi levado à Superintendência da PF em Brasília.
Deputados federais reagem e denunciam perseguição
O deputado federal pelo Rio de Janeiro Carlos Jordy (PL-RJ) afirmou, em publicação na rede social X, que a prisão determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes seria uma reação ao pedido de vigília que o senador Flávio Bolsonaro havia anunciado para a frente do condomínio de Jair Bolsonaro.
“Agora eu pergunto: qual a ameaça à ordem pública de um ato de oração pela vida de um idoso com a saúde debilitada? Moraes quer matar Bolsonaro. É muita crueldade, covardia e injustiça”, declarou.
O líder da Oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), disse ter recebido com indignação, revolta e perplexidade a notícia da prisão de Bolsonaro. Em nota, afirmou que “prender um ex-chefe de Estado que jamais cometeu crime algum, que sempre se colocou à disposição das autoridades e que hoje enfrenta um quadro de saúde gravíssimo é simplesmente abominável”.
Zucco também destacou que “Bolsonaro sofre as sequelas permanentes da facada que quase o matou — sequelas que se agravaram recentemente, com cirurgias delicadas, crises de soluço, episódios de vômito e limitações físicas severas”. Segundo ele, “submeter um ser humano nessas condições a um regime fechado não é apenas injusto: é desumano”. E concluiu: “Se algo acontecer ao presidente sob a custódia do Estado, essa responsabilidade será direta, objetiva e inesquecível”.
O deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) também se manifestou, por meio de vídeo nas redes sociais, afirmando que a prisão de Bolsonaro representa a continuidade de uma escalada autoritária de Moraes.
“Não temos outras palavras para definir essa covardia que está sendo feita. Ele [Jair Bolsonaro] é o único preso domiciliar que tem polícia ao lado de fora da casa — já um abuso nesse sentido. Agora, vemos que ele está sendo alvo, mais uma vez, de um abuso. Ele que já não poderia nem estar preso, em virtude de não ter sido denunciado no processo movido pelo Ministério Público”, comentou.
Van Hattem prestou solidariedade à família e afirmou que “já passou da hora de uma reação contundente do Congresso para frear os abusos e ilegalidades feitos contra a oposição a Lula e ao PT”.
O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) defendeu que Bolsonaro “nunca roubou ninguém, diminuiu impostos para todos os brasileiros e aumentou a arrecadação. Entregou o comando do país, mesmo tendo um presidente do TSE totalmente tendencioso. A prisão de Jair Bolsonaro é a maior perseguição política da história do Brasil. Golpe que NUNCA existiu”.
Disse, ainda, que se o motivo da prisão preventiva de Jair Bolsonaro foi por causa da convocação do senador Flávio Bolsonaro para uma vigília de oração, “realmente o Alexandre de Moraes é psicopata de alto grau”.
A deputada federal por Santa Catarina Caroline de Toni (PL-SC) alegou que “a prisão do presidente Bolsonaro é um dos maiores absurdos já cometidos pela ‘justiça brasileira’. O maior líder que a direita já teve, homem que não cometeu crime algum, foi submetido a um processo absolutamente nulo e agora é levado à prisão”. Ela acrescentou que a direita lutará até o fim contra essa injustiça.
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Governadores lamentam prisão e cobram justiça
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL-SC), disse que, para qualquer espectador externo, é no mínimo confuso entender a atual situação brasileira. “Jair Bolsonaro não teve um julgamento justo e vem sendo privado de liberdade antes mesmo de sua condenação. Hoje, mais um golpe contra seus direitos. Um homem que não roubou um pila da população e que é o principal nome de oposição, legitimado por metade dos eleitores brasileiros”, afirmou.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), afirmou que a injustiça prevalece e que Bolsonaro foi afastado “de forma arbitrária e vergonhosa para a história do Brasil”. Segundo ele, “a prisão de Jair Bolsonaro é mais um capítulo de uma perseguição desumana. Um ex-presidente de 70 anos, já isolado e vigiado 24 horas por dia, não representa risco algum à sociedade. Isso não é justiça. É revanchismo político. E o Brasil não precisa disso”.
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que foi vice-presidente de Jair Bolsonaro em 2018, lamentou a prisão. “O presidente Jair Bolsonaro não constitui uma ameaça à ordem pública, e sua transferência para a PF mostra claramente que o arbítrio e a perseguição não têm fim”, declarou.
