Motta diz que falta ‘humildade’ a Haddad para reconhecer avanços da Câmara

Presidente da Câmara disse que quem desgostou da aprovação terá ‘muita dificuldade para construir uma narrativa contra um projeto que atende a ampla maioria da sociedade brasileira’

  • Por Fernando Keller
  • 19/11/2025 12h36 - Atualizado em 19/11/2025 12h43
Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados Presidente da Câmara, Hugo Motta, afirma que pretende pautar na próxima semana o projeto que torna hediondo o crime de adulteração de bebidas alcoólicas e de alimentos "A matéria da Câmara é mais abrangente e mais completa do que aquela enviada pelo Governo Federal", disse Motta

O presidente da Câmara, Hugo Motta, rebateu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que teceu críticas ao PL Antifacção. Em entrevista exclusiva a Jovem Pan, no programa Morning Show, o deputado disse que quem desgostou da aprovação terá “muita dificuldade para construir uma narrativa contra um projeto que atende a ampla maioria da sociedade brasileira”. O ministro disse mais cedo que o PL ira asfixiar o orçamento da Polícia Federal e não do crime organizado. Motta também disse que respeita quem divergiu do projeto, mas que faltou humildade para reconhecer os avanços feitos pela Câmara e apontou que o relator do projeto, Guilherme Derrite (PL-SP) acatou aos pedidos de Haddad em relação à Receita Federal.

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“A matéria da Câmara é mais abrangente e mais completa do que aquela enviada pelo Governo Federal”, disse. Haddad disse que o tema era delicado para o país e criticou a velocidade que o projeto foi aprovado. A base governista tentou adiar por duas vezes a votação e ainda retomar o texto original do governo, mas não teve sucesso. “Não ter humildade para reconhecer, como nós estamos tendo aqui, humildade de reconhecer que aquilo que o governo mandou tinha pontos positivos e que foram mantidos, é não respeitar o processo democrático de construção de projetos”, terminou.

Principais pontos do projeto aprovado:

  • Penas mais duras: As penas para integrantes de organizações criminosas podem variar de 20 a 40 anos de prisão, chegando a 66 anos para líderes ou para quem utilizar tecnologias como drones em ações criminosas.

  • Crimes Hediondos: Os crimes relacionados passam a ser considerados hediondos, impedindo a concessão de anistia, graça ou indulto.

  • Gravação de Conversas: O texto permite, com autorização judicial, a gravação de conversas entre presos e advogados em parlatórios e reuniões virtuais.

  • Banco de Dados: Prevê a criação de bancos de dados estaduais e um nacional para registrar informações sobre facções criminosas e seus membros.

O projeto ganhou força após uma megaoperação policial no Rio de Janeiro em outubro, que resultou em mais de 100 mortes. Agora, a proposta segue para análise e votação no Senado Federal, onde o governo tentará reverter os pontos que considera prejudiciais.