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Por décadas, o número “12 por 8” (ou 120/80 mmHg) foi o símbolo da pressão perfeita e o retrato da normalidade nos consultórios médicos. Mas, segundo a nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025, esse valor deixa de ser o ideal e passa a indicar atenção.
Agora, 12 por 8 é classificado como pré-hipertensão, uma faixa que exige vigilância e mudanças no estilo de vida. A decisão tem base científica: estudos mostram que mesmo valores “normais” podem representar o início de um risco cardiovascular.
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O que mudou na Diretriz Brasileira de Hipertensão 2025?
Elaborada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) e Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a nova diretriz redefiniu os limites de pressão considerados seguros.
- Normal: abaixo de 120/80 mmHg
- Pré-hipertensão: entre 120–139 mmHg (sistólica) ou 80–89 mmHg (diastólica)
- Hipertensão: a partir de 140/90 mmHg
Para quem já tem hipertensão diagnosticada, o controle deve manter-se abaixo de 13 por 8.
Mas por que 12 por 8 virou sinal de alerta?
A mudança reflete um novo foco na prevenção cardiovascular. Pesquisas apontam que pessoas com pressão em torno de 12 por 8 têm maior risco de desenvolver hipertensão, doenças cardíacas e AVC.
Segundo especialistas ouvidos pelo portal Estratégia MED, o objetivo é agir antes que o problema se instale: detectar e intervir cedo para evitar complicações futuras.
É assim que explica também o cardiologista Celso Amodeo, da SBC, “o conceito de normalidade foi revisado para que as pessoas não esperem a doença aparecer. A ideia é agir antes que o estrago aconteça”, afirmou em entrevista ao Metrópoles.

O que muda para quem tem 12 por 8
Estar nessa faixa não significa doença, mas pede atenção. O foco da nova diretriz é o manejo da pré-hipertensão com medidas de estilo de vida, não com medicamentos.
Entre as principais recomendações estão:
- reduzir o consumo de sal e ultraprocessados;
- aumentar a ingestão de frutas, verduras e grãos integrais;
- praticar atividade física regularmente (ao menos 150 minutos por semana);
- evitar tabagismo e excesso de álcool;
- controlar o peso e manter o sono em dia.
Essas ações costumam ser suficientes para estabilizar a pressão e evitar a progressão para a hipertensão arterial.
Um novo olhar sobre a prevenção da pressão alta
A atualização traz desafios para médicos e pacientes. Profissionais precisarão acompanhar mais de perto pessoas antes consideradas com uma pressão arterial ainda normal, reforçando a importância de aferições corretas e contínuas.
Mais do que trocar números, a Diretriz Brasileira de Hipertensão 2025 simboliza uma mudança de paradigma: a transição para uma medicina proativa, voltada à prevenção e à educação em saúde. Se antes 12 por 8 representava estabilidade, agora é um lembrete de que cuidar da pressão é cuidar do futuro.