Arsenal do Comando Vermelho iria de SP ao RJ em ônibus turístico. Na rodoviária, a intermediária passaria a carga a um motorista de aplicativo.
Arsenal do Comando Vermelho iria de SP ao RJ em ônibus turístico. Na rodoviária, a intermediária passaria a carga a um motorista de aplicativo. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro apreendeu, nesta terça-feira (11), 30 pistolas semiautomáticas e 63 carregadores que iriam para o Comando Vermelho. O ônibus saiu de São Paulo e iria para a capital fluminense. No bagageiro, havia três caixas de papelão. Ao abrir, a polícia encontrou seis almofadas, com peso incompatível. Ao serem rasgadas, os policiais encontraram o arsenal.

Uma mulher foi presa em flagrante. De acordo com as investigações, ela foi contratada para transportar o arsenal por meio de uma empresa intermediária. Ao desembarcar no Rio, ela entregaria as caixas a um motorista de aplicativo, que levaria a carga até o Complexo do Alemão.

O trabalho é parte da Operação Contenção, a mesma que prendeu 113 pessoas e matou 117 no Complexo da Pena. Fruto da ação conjunta entre o Ministério Público e as polícias do Rio de Janeiro, a operação reuniu 2.500 policiais no combate à expansão da facção pelas favelas cariocas. Do efetivo, quatro agentes morreram. Participaram também desta nova fase a força-tarefa da Operação Foco, a 17ª Delegacia de Polícia de São Cristóvão e a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme).

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Polícia do Rio classifica Comando Vermelho como narcoterrorista

No comunicado, a polícia classifica o Comando Vermelho como "organização criminosa de perfil narcoterrorista". Com essa definição, o órgão destaca a "importância da integração entre agências de segurança e do emprego da inteligência policial como principal vetor de combate ao narcoterrorismo armado no Estado do Rio de Janeiro."

No Congresso Nacional, a equiparação das facções a organizações criminosas divide direita e esquerda. Enquanto a oposição defende a mudança para endurecer a punição, o governo fala em margem para intervenção estrangeira.

A Operação Contenção começou após uma denúncia anônima relatar uma reunião entre líderes do Comando Vermelho, para discutir estratégias para expansão da facção. Na decisão judicial que autorizou a investigação, o juiz Leonardo Rodrigues da Silva Picanço, da 42ª Vara Criminal da capital, apontou para trechos do relatório que relatam expedientes de tortura por parte dos membros da organização criminosa.