Lula, Janja e Moraes estão os grandes destaques da temporada 2025 da seção Frases da Semana
Eles merecem: Lula, Janja e Moraes estão os grandes destaques da temporada 2025 da seção Frases da Semana (Foto: Imagem criada utilizando ChatGPT/Gazeta do Povo)

Ouça este conteúdo

Janeiro

“Eu sou um amante da democracia, não sou marido. Porque, na maioria das vezes, os homens são mais apaixonados pelas amantes do que pelas mulheres” – Lula. Ou seja, ele até dá suas puladas de cerca com a democracia, mas assumir compromisso sério, nem pensar.

“Desacreditar e atacar medidas públicas é crime” – Eliane Cantanhêde, jornalista, sobre denúncias contra a taxação do Pix. Dizem que Kim Jong-Un enviou esse vídeo para toda a diretoria da TV estatal norte-coreana, como exemplo de jornalismo isento.

“As pessoas dizem: ‘o senhor é muito mais bonito pessoalmente’” – Gilmar Mendes, ministro do STF. Teve gente fazendo de tudo por um ingresso para o próximo Gilmarpalooza...

“Aqui não é terra sem lei, obviamente. Nosso ordenamento jurídico já oferece anticorpos para combatermos desordem informacional” — Jorge Messias, o ‘Bessias’, advogado-Geral da União, sobre o fim dos checadores de fato nas mídias sociais. A liberdade de expressão é uma doença, e o Bessias é a cura.

“Ninguém vai parar de te chamar de ‘Xandão’. Nunca vi um ministro do STF que tivesse um apelido dado pelo povo” — Lula. Lula mente de novo, eu mesmo já vi chamarem Moraes por vários apelidos: skinhead de toga, golpista, fascista, advogado do PCC...

Fevereiro

“Se você vai num mercado e desconfia que tal produto está caro, você não compra” – Lula, atribuindo ao povo a responsabilidade pela inflação. Se a carne está cara, não come todo dia; se o sabão está caro, deixe o banho para o fim de semana. Agora, se for a cervejinha, daí você já sabe o que fazer...

“Se você não impugnar os juízes corruptos, eles formarão uma ditadura judicial para proteger a corrupção sistêmica que os colocou em seus cargos” – Nayib Bukele, presidente de El Salvador. E, então, vão decidir que o corrupto é você.

“O filme é um produto do retorno da democracia ao Brasil com o presidente Lula” – Walter Salles, herdeiro do Banco Itaú e diretor de “Ainda Estou Aqui”, filme brasileiro vencedor do Oscar. Ou seja, uma obra de ficção, produzida por meios eletrônicos, onde os atores de sempre encenam um roteiro batido cujo final todo mundo já conhece.

“Eu tô comendo agora ovo de pata e ovo de ema. Qualquer dia eu vou comer ovo de jabuti” – Lula, sobre sua dieta. São três os animais que possuem esses hábitos alimentares: os calangos, as cobras e os gambás. Alguém aí arrisca dizer em qual categoria Lula se encaixaria melhor?

“Não é rombo, é o resultado fiscal das empresas, que pensa só as receitas do ano e as despesas do ano; das 11 empresas que têm déficit, nove têm lucro” – Esther Dweck, ministra da Gestão, negando o rombo nas estatais. A lógica da Dilma Rousseff, com a matemática de Márcio Pochmann. 

Março

“A polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar” – Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça. Perfeito, ministro! Basta seguir a jurisprudência: se prender político corrupto, traficante ou empreiteiro, o Judiciário vai se sentir na obrigação de soltar. Quer prender bem? Vá nas velhinhas com Bíblia na mão.

“O que eu tive foi um vírus, que atinge o nervo que transmite... eu não sei o que ele transmite direito não, porque eu não sou dessa área” – Dilma Rousseff, ex-presidenta. O nervo afetado deve ser aquele responsável por transmitir ideias coerentes – e o coitado já vinha debilitado antes mesmo do vírus.  

“A Carla Zambelli tirou o mandato da gente” – Jair Bolsonaro, sobre incidente envolvendo a ex-deputada, agora cassada, na véspera das eleições de 2022. Falaram para ela que precisavam de uma bala de prata, e ela levou ao pé da letra.

“Nenhuma Bíblia é vista e nenhum batom é visto” – Alexandre de Moraes, ministro do Supremo (STF-SP), sobre o 8 de janeiro. Nem armas de fogo, nem tanques de guerra... criatividade à parte, nem pareceu uma tentativa de golpe de Estado. 

“Se o golpe tivesse se consumado, não estaríamos aqui” – Carmén Lúcia, ministra do Supremo (STF-MG). Se o golpe desse certo, quem estaria no Supremo seria o advogado pessoal ou o aliado político do golpista de ocasião, imagino eu. 

Abril

“Se o que aconteceu para o Brasil, acontecesse na sua casa. Você pediria anistia?” – Alexandre de Moraes. Não, eu agiria feito um maníaco sedento por vingança, buscando fazer “justiça” com as próprias mãos. É, estou começando a entender seu raciocínio.

“Fico muito orgulhoso de ter participado desse processo que você chama de ‘desmanche da Lava Jato’, porque era uma organização criminosa” – Gilmar Mendes, ministro do Supremo (STF-MT), durante convescote em Harvard. Como assim, uma organização criminosa operando à luz do dia no Brasil e sem a anuência das autoridades?

“Sim, é verdade. Fui classificada como do ‘sexo masculino’ pelo governo dos EUA quando fui tirar meu visto” – Érika Hilton, membro da Câmara dos Deputados (PSOL-SP). Se serve de consolo, eu também já passei por isso e vivi para contar a história.  

“A parceria entre o Brasil e a China na área jurídica tem longa história. Nossa intenção é aprofundar essas trocas” – Edson Fachin, ministro do Supremo (STF-RS), durante visita de magistrados chineses. Me preocupa muito que esse intercâmbio vá aumentar ainda mais a repressão. Na China.

“Os EUA perderam o jogo e querem mudar regras” – Fernando Haddad, ministro da Fazenda. Como sabemos, nestes casos o rito democrático manda que se compre o juiz e se anule o jogo.

Maio

“Deus deixou sertão sem água porque sabia que eu ia trazer” – Lula, em evento de pré-campanha no Nordeste. Em compensação, não esqueceu da cachaça só para garantir que ele viria mesmo.

“Eu sou as duas coisas. O senhor está falando com as duas coisas” – Marina Silva, ministra do Meio-Ambiente, respondendo a senador que disse que ela merecia respeito como mulher, mas não como ministra. O problema é que o que uma coisa fala, nem a outra coisa consegue entender. 

“O cidadão diz que eu sou um ‘canalha’. Aí ele me chama de ‘rocambole do inferno’” – Flávio Dino, ministro do Supremo (STF-MA). Não se deixe abalar, ministro, você é maior que isso.

“Você pode mandar um abraço para minha esposa e a minha filha?” – Cleitinho, senador (Republicanos-MG), durante depoimento da influencer Virgínia Fonseca na CPI das Bets. Um abraço para a esposa e a filha, e uma banana para os eleitores. 

“Se Goebbels fosse vivo e tivesse acesso ao X, os nazistas teriam conquistado o mundo” – Alexandre de Moraes, em entrevista à revista The New Yorker. Se os nazistas tivessem vencido, é bem possível que Goebbels não só presidisse o Tribunal de Nuremberg, como atuasse como promotor, posasse de vítima, e ainda daria entrevista para revistas de variedades internacionais.

Junho

“Não se pode permitir que haja 213 milhões de pequenos tiranos” – Cármen Lúcia, defendendo a censura das redes. Onze grandes tiranos já são mais do que suficientes. 

“Tem uma mortezinha daqui e outra ali, 23 feridos daqui e 40 ali, mas feridos. Isso é o tipo de míssil ou tipo de edificação de Israel que soa mais poderosas? Eu não consigo entender porque essa guerra o Irã atinge o alvo e não mata ninguém” – Eliane Cantanhêde, jornalista de extrema-esquerda, criticando a baixa letalidade dos ataques iranianos a Israel. E aquele caso Anne Frank? Que amadorismo das autoridades terem levado dois anos para achar uma menina no sótão do pai.

“Posso fazer uma brincadeira?” – Jair Bolsonaro perguntou a Alexandre de Moraes durante depoimento. Deixa eu adivinhar, vai ser com a nossa cara de novo? 

“O ministro Alexandre levou aquilo com uma tranquilidade estupenda, o que revela um viés de estadista” – Michel Temer, ex-presidente preso por corrupção, sobre atuação de ministro do STF durante depoimento de Jair Bolsonaro. Se Moraes é um estadista, só resta saber de qual estado estamos falando: o de sítio, o de exceção ou o de desespero. 

“É uma honra receber a notícia de que fui eleito para uma das cadeiras da Academia Brasiliense de Letras” – Gilmar Mendes. Posso estar enganado, mas não é ele o autor do clássico “Grande Balcão: Sentenças”?

Julho

“A JUSTIÇA É CEGA MAIS [sic] NÃO É TOLA!!!!!” – Alexandre de Moraes, ministro do Supremo (STF-SP), ostentando toda a sua fleuma e eloquência em decisão repleta de erros de português. Talvez ele simplesmente não tivesse “visto”, coitado. 

“Se houver um cenário de terra arrasada, pelo menos eu estarei vingado” – Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado (PL-SP), sobre potenciais efeitos do tarifaço. Você é filho do Bolsonaro ou neto do Maquiavel?

“Vou levar jabuticaba pra você, Trump” – Lula, propondo solução bizarra para as sanções americanas. Se é para usar frutinhas como tática de negociação, por que não enviar logo o Macron, com quem Lula já tem amizade? 

“É inegável a surpreendente sofisticação tática de algumas ações adotadas no 8 de janeiro” – Paulo Gonet, procurador-geral da República. Uma sofisticação tática tão grande que até hoje ninguém entendeu o plano – nem os pipoqueiros de elite supostamente envolvidos. Uma operação de fazer inveja à CIA e ao Mossad juntos. 

"As novas possibilidades da Era Inteligente e os seus riscos igualmente extraordinários para o direito e a democracia mundial" – tema oficial do Gilmarpalooza 2025. Tema muito apropriado para o evento. Afinal, a inteligência é um grande risco para os negócios dos convivas.

Agosto

“De vez em quando ela brinca, ela diz que está parecendo o ‘Pátio dos Milagres’” – Gilmar Mendes, citando O Corcunda de Notre-Dame ao descrever as pessoas de “diversas origens” que frequentam o seu gabinete. No livro, o “Pátio dos Milagres” era o local onde a escória de Paris se despia dos seus truques mais sujos. Os falsos cegos recuperavam a visão, os falsos aleijados voltavam a andar... assim que a polícia virava as costas. Não sei por que o ministro acha uma analogia apropriada para seu gabinete...

“Autoridades públicas permitiram os ilegais acampamentos golpistas em frente aos quartéis, em uma repetição da ignóbil política de apaziguamento, cujo fracasso foi amplamente demonstrado na tentativa de acordo entre Chamberlain e Hitler” – Alexandre de Moraes. Por enquanto, ele só pensa que é o Churchill. Mas, se começar a achar que é o Napoleão, é bom internar rápido. Antes que o quadro evolua e ele decida invadir a Polônia.

“Eu não sou uma pessoa beliscosa [sic]” – Romeu Zema, governador de MG (NOVO) e pré-candidato à presidência, negando ser “belicoso” durante entrevista ao programa Roda Viva. Pra quem diz que não é “beliscoso”, ele deu uma bela beliscada na última flor do Lácio.

“Foram interpostos contra decisões minhas monocráticas 707 recursos. Absolutamente todos foram improvidos” – Alexandre de Moraes, atestando que é impossível recorrer às suas decisões. Segundo a FIFA (Federação Internacional de Fanáticos Autoritários), faltam apenas meia dúzia de recursos negados para Moraes bater o recorde mundial, que atualmente pertence a Stalin.

“Xandão, pega no meu cartão. Está na moda sentir emoções pélvicas ao ver o Xandão” – Tati Bernardi, colunista da Folha de S.Paulo. Me pisa, me rasga, me joga na parede e me chama de Constituição!

Setembro

“A defesa do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, recebe a decisão da 1ª Turma do STF com respeito” – nota da Defesa de Jair Bolsonaro após condenação a mais de 27 anos de cadeia. Os patriotas que pegaram sol, chuva e, por fim, cana, devem estar se perguntando se não dava para ter “respeitado” a decisão do STF do conforto de seus lares.

“Em virtude da incompetência absoluta para o julgamento, impõe-se a declaração de nulidade absoluta de todos os atos” – Luiz Fux, ministro do STF, em voto no julgamento do “golpe”. Por esse crime contra a democracia, Fux deveria ser condenado a prestar um serviço comunitário: dar aulas de Direito Constitucional para os outros ministros. E, de quebra, umas aulinhas de reforço de português para o Moraes, que anda precisando.

“O voto do ministro Fux está prenhe de incoerências” – Gilmar Mendes, sobre voto de Luiz Fux anulando o processo do suposto golpe. Gilmar sabe do que fala, renomado obstetra do absurdo, já pariu as decisões mais incoerentes. Desde elefantes brancos de várias toneladas até os habeas corpus mais prematuros.

“A ideia de que o juiz deve ser uma samambaia jurídica não tem nenhuma relação com o sistema acusatório” – Alexandre de Moraes, defendendo sua conduta ao assumir o papel de promotor durante interrogatório dos acusados pelo suposto golpe. Trocar o Moraes por uma samambaia no STF seria um avanço: ao contrário de certos ministros, elas são simpáticas, discretas, ajudam a purificar o ambiente, não censuram ninguém e – detalhe importante – não dão palpite no que não é da sua competência.

“Quer desfilar em homenagem ao presidente Lula no carnaval da Sapucaí?” – manchete do jornal O Globo, convidando seus leitores a apoiar Lula no Carnaval. Fica nossa humilde sugestão pro samba-enredo: “Me Descondena que eu Gosto: Do Mensalão à Sapucaí, uma Odisseia em Réu Maior”. O carro abre-alas, claro, será um camburão alegórico pilotado pelo Japonês da Federal.

Outubro

“Os usuários são responsáveis pelos traficantes que são vítimas dos usuários também” – Lula, sobre a “guerra às drogas”. Por essa lógica, os corruptos presos no Petrolão são vítimas da Petrobrás também.

“Depois de 25 anos cantando a música, um dia bateu uma ficha... a  letra é hétero machista top, horrível” – Toni Garrido, vocalista da banda Cidade Negra, justificando troca da letra de “Girassol” que exaltava a grandeza de um “menino” para uma “menina”. O girassol – essa planta reacionária – anunciou que vai se desconstruir. Deixará de seguir o Sol, astro-rei opressor, para seguir uma nova estrela. De preferência, não-binária.

“Alguém tem que salvar a cidade” – Oruam, funkeiro filho do traficante Marcinho VP, ao sair da penitenciária de Bangu após ter prisão preventiva revogada. Mais um candidato que já sai da cadeia com a plataforma de governo pronta. Parece que a gente já viu esse filme antes...

“A Câmara nunca esteve de costas para a população brasileira” – Hugo Motta, presidente da Câmara (Republicanos-PB), sobre o trâmite da PEC do IR. Ele tem razão, virar as costas seria um gesto de desprezo simples demais. O que a Câmara pratica é um contorcionismo anatômico tão obsceno que faria o Kama Sutra corar de vergonha.

“Só nós que sentamos nessa cadeira temos a dimensão dela” – Dias Toffoli, ministro do Supremo (STF-SP). Verdade. É uma cadeira grande demais para uns rábulas tão pequenos. 

Novembro

“O criminoso com um fuzil na mão é facilmente rendido por uma pistola, até por uma pedra na cabeça” – Jacqueline Muniz, “especialista” em segurança pública. Uma solução direto da Idade da Pedra... da pedra que os “especialistas” parecem estar fumando.

“Meti um ferro quente aí, por curiosidade. Ferro de solda” – Jair Bolsonaro, explicando para a PF as marcas estranhas em sua tornozeleira eletrônica. Depois do golpe de estado falhar por falta de um táxi, o nosso MacGyver tropical agora ficou a uma gambiarra da liberdade.

“Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil: quem de vocês gostaria de ficar aqui? Ninguém levantou a mão. Todos ficaram felizes por termos voltado para a Alemanha, principalmente por termos saído daquele lugar onde estávamos” – Friedrich Merz, chanceler da Alemanha, criticando o Brasil após visitar Belém para a COP30. E quando a gente achava que o 7 a 1 já tinha acabado, vem o chanceler alemão e marca o oitavo gol.

“Acho que fizemos o nosso papel hoje, não?” – Izalci Lucas, senador (PL-DF), ao visitar Complexo da Papuda para averiguar condições de possível prisão de Bolsonaro, junto a outros senadores da base bolsonarista. Fizeram o seu papel sim. E que papelão histórico!

“Eu acredito, na espiritualidade, que ele já tenha me perdoado” – Elize Matsunaga, presa por matar e esquartejar o marido. Pode até ter perdoado, mas em partes... se bem que essa história me parece meio sem pé nem cabeça.

Dezembro

“Em meu nome, e em nome de minha esposa, agradeço o empenho do presidente Lula” – Alexandre de Moraes, marido da advogada do Banco Master, comemorando fim das sanções americanas. O agradecimento ao Lula eu entendo. Mas achei uma tremenda ingratidão não ter feito um outro agradecimento público, tão ou mais caloroso, ao banqueiro Daniel Vorcaro.

“Amo vocês, tenho maior carinho e tudo, mas acho que vocês estão se prostituindo” – Zezé Di Camargo, cantor, criticando convite a Lula e Moraes para festa de lançamento do SBT News. Uma indelicadeza imperdoável comparar profissionais que dão duro, cumprem o prometido e só se manifestam onde é apropriado... a políticos, artistas e ministros do STF.

“Limpem a cultura de vocês” – Luciano Huck, apresentador de TV, instruindo tribo indígena a esconder celulares e roupas modernas para foto. É isso aí, vamos escondendo o iPhone 15, tirando a camisa da Nike e botando a tampa de Nescau na boca... E, pra dar um pouco mais de realismo, arruma uns dois pra pegar malária e ficar tossindo ali no fundo. Ação!

“Tem uma possibilidade de eu não ir até o fim. Eu tenho um preço para isso” – Flávio Bolsonaro, sobre candidatura à presidência. Por via das dúvidas, a Faria Lima já sacou o talão de cheques e perguntou quanto “cacau” vai custar essa desistência.

“Emicida escreveu que, pra eles, negros ‘até pra sonhar tem trave’” – Carmén Lúcia, ministra do Supremo (STF-MG), citando notório jurista Emicida. Imagino que a soltura dos corruptos do Petrolão, enquanto os manifestantes do 8 de Janeiro pegam 17 anos de prisão, deve-se à jurisprudência do eminentíssimo constitucionalista Bezerra da Silva, que dizia: “Malandro é malandro e mané é mané”.

Prêmios Especiais

Troféu Odebrecht de Soberania: José Dirceu

“Nós sempre temos que lembrar e denunciar: de 2013 a 2019, o PT sofreu um processo de repressão” – José Dirceu. Façamos um minuto de silêncio pelas vítimas da corruptofobia: o mártir que teve dólares profanados dentro da intimidade de sua cueca e o santo marqueteiro que foi privado de seu iate e de sua mansão em Miami. Tempos sombrios, em que o nosso sagrado direito de corrompermos e sermos corrompidos foi vilipendiado. Viva a soberania!

“Fui transformado em bandido em 24 horas” – José Dirceu, sobre sua saída do governo na época do Mensalão. Décadas construindo uma carreira para depois dizerem que o sucesso veio da noite pro dia… deve dar até vontade de desistir.

“Estamos vivendo um verdadeiro escândalo na nossa democracia. O financiamento das campanhas eleitorais se tornou um poder que corrompe o processo eleitoral” – José Dirceu, preso no Mensalão e no Petrolão. Agora só falta o mosquito da dengue lançar campanha de conscientização para não deixar água parada.

“Estão dizendo que os mensaleiros querem voltar; nós nunca saímos” – José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, insinuando volta triunfal do esquema de corrupção operado por seu partido. E, desta vez, nem teve a delicadeza de fazer uma cirurgia plástica para disfarçar a cara de pau.

“Eles já deveriam ter sido cassados. Até quando vai essa impunidade?” – José Dirceu, sobre os deputados exilados Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli e Alexandre Ramagem. O Zé Dirceu reclamando de impunidade? Melhor encerrar o prêmio por aqui.

Oscar de Pior Ator Coadjuvante: Cérebro do Wagner Moura

“Não dá pra explicar Lei Rouanet para quem não assimilou a Lei Áurea” – Wagner Moura. Ele tem razão. Quem não assimilou a Lei Áurea ainda acha normal que o pessoal trabalhe pesado para sustentar o ócio de uma elite.

“Parece que fico mais inteligente quando faço teatro” – Wagner Moura. Fazendo cinema mudo, então, deve parecer um verdadeiro gênio!

“Sou fruto das leis de incentivo à cultura” – Wagner Moura. Se esse é o fruto, talvez seja hora de parar de regar a árvore.

“Nos festivais norte-americanos, a gente sentia uma certa tristeza dos americanos, quase uma inveja” – Wagner Moura, sobre o julgamento de Bolsonaro. É verdade, boatos em Hollywood dizem que Leonardo Di Caprio já está negociando para viver Tonho da Lua no remake de “Mulheres de Areia”, enquanto Meryl Streep já deu entrada na Lei Rouanet para fazer um filme sobre a ditadura.

“Aqui, extrema direita não se cria” – Wagner Moura, durante micareta anti-Anistia em Salvador. A julgar pela plateia presente à micareta cívica, o que também não anda se criando muito por aquelas bandas é emprego com carteira assinada.

Homenagem Póstuma, um patrocínio Banco Master: Luís Roberto Barroso

“Sinto que agora é hora de seguir outros rumos. Nem sequer os tenho bem definidos, mas não tenho qualquer apego ao poder” – Luís Roberto Barroso, anunciando sua aposentadoria do STF. Barroso, pega essas dicas para curtir sua aposentadoria. Um livro: “Bingo, Dominó e Tranca – Estratégias para ganhar quando não é você quem faz as regras”; um filme: “Era uma vez a América”; e uma frase que, claro, não poderia ser outra: “Perdeu, mané!”.

“Eu apliquei ao presidente Lula, com dor no coração, a jurisprudência que eu havia ajudado a criar” – Luís Roberto Barroso. Coitado. A dor de aplicar a lei e fazer justiça foi tão insuportável que o ministro ficou traumatizado – e, ao que tudo indica, nunca mais repetiu a experiência.

“O mundo vive um momento de algum grau de escuridão, nosso papel nessa vida vai ser acender algumas luzes para atravessar a escuridão” – Luís Roberto Barroso, em discurso no dia de seu aniversário. Ok, Ministro, só não vá usar isso como desculpa para se fantasiar de vagalume e ir passear no Aterro do Flamengo às 2h da manhã. 

“Porque não usaram a linguagem simples. E depois fizeram traduções em aramaico, grego, latim, aí ficou difícil” – Luís Roberto Barroso, criticando suposta dificuldade de interpretação da Bíblia. É verdade. Para traduzir toda a boçalidade e perfídia de Judas em linguagem simples, seria mais apropriado ele trair Jesus não com um beijo, mas com um “Perdeu, Mané, não amola”.

“Esperamos bastante tempo para ver se o Congresso legislaria sobre o tema, o que nunca aconteceu. Então tivemos que decidir” – Luís Roberto Barroso, sobre a regulação das redes. A democracia é o regime em que, se você demorar muito para escolher, o Barroso vai lá e decide por você. 

Prêmio Dilma Rousseff pelo Conjunto da Obra (Inacabada) : Janja Lula da Silva

“Cadê meus vira-latas?” – Janja Lula da Silva disse a jornalistas que questionavam Lula sobre tarifaço de Trump. Corretíssima a primeira-dama. Diante de uma crise diplomática sem precedentes, o mais prudente é se apegar à família.

“Na China, se não seguir a regra, tem prisão. Por que é tão difícil falar disso aqui?” – Janja Lula da Silva, defendendo a censura às redes sociais. Cuidado com essa ideia de copiar a China, lembre-se que lá eles fuzilam político corrupto em praça pública. 

“Mais do que participantes, nós somos atoras [sic] principais da mudança climática” – Janja Lula da Silva, durante a COP30. Dizem que as flatulências bovinas afetam as mudanças “climáticas”. Mas, pelo visto, afetam ainda mais as mudanças “gramáticas”.

“Para nós, mulheres, o comportamento dela é muito ruim” – Janja Lula da Silva, sobre Michelle Bolsonaro. Mas, afinal, o que a Michelle fez de tão grave? Será que trocou o marido por algum mau elemento que conheceu em uma carceragem? Ou será que usou um evento oficial para mandar um dignatário estrangeiro praquele lugar?

“Vamos combinar que eu tenho bom senso e me considero inteligente” – Janja Lula da Silva. Não se preocupe, um bom psiquiatra resolve tais delírios.

Prêmio Ferradura de Ouro: Luiz Inácio Lula da Silva

“Não vai ser a COP do luxo, vai ser a COP da verdade” – Lula, rebatendo críticas sobre as falhas de organização da FLOP30... digo COP30. O problema é que, em se tratando do Lula, a verdade em si já é um artigo de luxo.

“A gente tem caráter que muitas vezes eles não sabem que a gente tem” – Lula, sobre dificuldades diplomáticas com os EUA. É que o senhor disfarça tão bem, esconde o seu caráter tão bem escondidinho, que às vezes as pessoas chegam a acreditar que o senhor não tem caráter nenhum.

“Se a gente acha caro construir uma escola, muito mais caro será construir uma cadeia” – Lula. Pode confiar na palavra do homem, já que ele conseguiu fugir de ambas com sucesso. 

“Cada vez eu vou ficar mais esquerdista, mais socialista” – Lula. É normal, nessa idade o Alzheimer começa a dar uns sinais mais fortes.

“Eu fiz uma relação dos maiores traidores da humanidade. Eu não estou com ela aqui porque eu esqueci” – Lula, ao acusar Eduardo Bolsonaro de traição durante evento de pré-campanha. Deixa eu ver se eu adivinho quem está na lista do Lula: Antonio Palocci, Delcídio do Amaral, Léo Pinheiro, Marcelo Odebrecht...