
Ouça este conteúdo
O novo presidente da Bolívia, Rodrigo Paz, decidiu fechar nesta quinta-feira (20) o Ministério da Justiça, acusando os governos socialistas anteriores - liderados por Evo Morales e Luis Arce - de terem transformado a pasta em um instrumento sistemático de perseguição política contra opositores. O anúncio foi feito em La Paz, durante comunicado oficial na Casa de Governo.
Paz afirmou que a extinção do ministério cumpre uma promessa de campanha feita quando disputou as eleições. Ele sustentou que, durante cerca de duas décadas, o órgão teria sido usado para “terrorismo de Estado” e abuso de poder.
“Não haverá mais perseguição política na Bolívia. O Ministério de Justiça morreu e vamos enterrá-lo bem para que não volte a perseguir bolivianos e bolivianas”, declarou o presidente.
Paz, que inicialmente havia decidido manter o Ministério da Justiça a pedido do vice-presidente Edmand Lara - responsável por indicar o então ministro Freddy Vidovic - recuou após uma crise interna que expôs tensões no alto escalão do governo. Horas antes do anúncio, o Tribunal Supremo de Justiça confirmou que Vidovic tinha uma sentença de três anos de prisão já cumprida, informação que, segundo o presidente, não havia sido comunicada de forma transparente.
Com a divulgação do caso, Paz destituiu Vidovic e, em seguida, nomeou Jorge García para assumir a pasta. Porém, a posse foi suspensa depois que Lara publicou um vídeo afirmando que García teria diversos processos criminais, incluindo acusações graves — alegações que García negou publicamente. Conforme reportou o jornal Correo del Sur, o episódio provocou um rompimento momentâneo entre presidente e vice, que trocaram críticas sobre responsabilidades políticas e influência na formação do gabinete.


