A líder oposicionista María Corina Machado, em manifestação em Caracas em janeiro (Foto: Miguel Gutierrez/EFE)

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O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, disse que a líder oposicionista María Corina Machado será considerada “fugitiva” caso viaje para a Noruega para receber o prêmio Nobel da Paz em dezembro.

“Estando fora da Venezuela e enfrentando inúmeras investigações criminais, será considerada uma fugitiva”, disse Saab, aliado do ditador Nicolás Maduro, em declarações à agência France-Presse (AFP).

O procurador chavista lembrou que María Corina é acusada (arbitrariamente) de “atos de conspiração, incitação ao ódio e terrorismo” e por “fazer um chamado pela invasão da Venezuela”, em referência à operação militar dos EUA no Mar do Caribe contra o narcotráfico, que Maduro considera uma desculpa para tirá-lo do poder.

O Comitê do Nobel declarou recentemente que María Corina, que foi premiada pela sua luta pela democracia na Venezuela, deixou claro que viajará a Oslo para receber o prêmio em 10 de dezembro.

No entanto, o presidente do Comitê Nobel, Jørgen Watne Frydnes, afirmou em entrevista à emissora pública NRK que se trata de “uma viagem perigosa, pois o regime venezuelano disse que quer se livrar dela”, acrescentando que espera que sua segurança seja garantida para que ela possa chegar à Noruega e também retornar ao país sul-americano.

Machado disse ao jornal norueguês Dagens Næringsliv em outubro que a Venezuela precisava ser “livre” para que ela pudesse viajar e observou que, enquanto Maduro estivesse no poder, ela não poderia deixar sua localização atual por motivos de segurança.

O partido de María Corina, o Vente Venezuela (VV), convocou uma “marcha global pela liberdade” para o dia 6 de dezembro, quatro dias antes da cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz na Noruega.

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