CPMI do INSS rejeitou a convocação de Frei Chico
CPMI do INSS rejeitou a convocação de Frei Chico (Foto: Sebastião Moreira/EFE)

A Advocacia-Geral da União entrou na Justiça Federal com 13 ações para que o Estado brasileiro, a União, consiga recuperar o que já gastou para restituir aos aposentados e pensionistas os valores roubados por uma máfia cruel, que se aproveitou da idade avançada deles para roubar um pouquinho de cada um e, ao roubar de muitos, acabou roubando muito: R$ 6 bilhões.

Entre os sindicatos e associações que teriam de ressarcir o Estado está o – olhem o nome! – Sindicato Nacional de Aposentados, Pensionistas e Idosos, cujo vice-presidente é o irmão de Lula, Frei Chico. Provavelmente o puseram lá para ganhar prestígio, para atrair atenções do governo federal. Não adiantou muito. A AGU está pedindo bloqueio de R$ 3 bilhões, que, segundo os cálculos, seria o que só essa entidade desviou. Queriam chamar Frei Chico para depor na CPMI, os governistas o blindaram e ele perdeu a chance de demonstrar que não tem nada a ver com isso. Cada vez que uma pessoa chega com habeas corpus ou com atestado médico, como tem acontecido, ou não aparece para depor, está perdendo a oportunidade de provar inocência.

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Moraes não se importa em julgar caso que lhe diz respeito diretamente

Caso parecido foi levantado pelo jurista Ives Gandra Martins, que comentou o quiproquó envolvendo Eduardo Tagliaferro. Encontraram no telefone dele essas conversas nada republicanas, por exemplo pedindo que ele usasse a imaginação e inventasse provas contra a revista Oeste. Ives Gandra sugere que o ministro Alexandre de Moraes esclareça isso, para mostrar que ele não tem nada a ver com o caso. No entanto, mesmo sendo parte interessada, Moraes (bem como os outros colegas de turma) aceitou a denúncia contra Tagliaferro por vazamento de dados sigilosos.

Ora, o vazamento não foi obra dele; o telefone de Tagliaferro estava em poder da polícia, que pegou o aparelho por causa de um caso de violência doméstica, um assunto totalmente diferente. O telefone é o pessoal dele, não era o telefone funcional, e as mensagens foram enviadas para ele. Além de tudo, o artigo 37 da Constituição diz que, no serviço público, a característica é a publicidade: tudo tem de ser público, para o povo conhecer, para saber como estão agindo os seus servidores.

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Diante de genocídio de cristãos na Nigéria, EUA agem e Brasil se cala 

O Brasil é um país eminentemente cristão. Sejam católicos, evangélicos, enfim, a maioria é cristã. E os cristãos estão sendo vítimas de um genocídio na Nigéria: só neste ano, 7 mil cristãos foram mortos. Nesta segunda-feira, entraram na paróquia de Santo Estêvão, mataram o irmão de um padre e sequestraram outro. Na terça, um monge beneditino me contava que viu imagens: os terroristas põem cristãos vivos dentro de caixões que fecham e enterram. Tudo isso despertou o presidente Donald Trump, dos EUA, que publicou uma mensagem em seus perfis de mídias sociais, avisando o governo da Nigéria: ou eles tomam providências imediatas contra o Boko Haram e o Estado Islâmico, que estão matando cristãos, ou os EUA irão lá fazer o serviço e acabar com eles, para que parem de matar cristãos.

Estranho é o Brasil, que, sendo um país cristão, não envia por meio de seu presidente nenhuma palavra instando o governo da Nigéria a tomar providências policiais para proteger os cristãos. Estranho também é que não venha nenhuma palavra de outros países africanos que veem isso acontecer no seu continente – e não acontece apenas na Nigéria.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos