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Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido. (Foto: Chris J. Ratcliffe/EFE/POOL)

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O governo do Reino Unido, liderado pelo premiê Keir Starmer, do Partido Trabalhista, de esquerda, afirmou em novo guia oficial que as mudanças climáticas representam um “risco significativo” para a saúde mental, especialmente entre jovens, segundo documentos publicados pela UK Health Security Agency (UKHSA) – agência de vigilância sanitária - na semana passada.

O governo britânico classificou o clima como “uma das maiores ameaças à segurança sanitária e ao bem-estar social”. O texto afirma que a exposição a eventos climáticos extremos ou mesmo a preocupações ambientais no dia a dia pode provocar “sofrimento emocional, ansiedade, angústia e distúrbios psicológicos”.

O relatório introduz oficialmente termos como “ecoansiedade” - definida como o conjunto de emoções de medo, tristeza, raiva ou sensação de impotência diante da mudança climática - e “solastalgia”, descrita como o sofrimento causado pela transformação ou degradação do ambiente onde a pessoa vive. Esses conceitos, segundo a UKHSA, têm sido observados com maior frequência entre adolescentes e jovens adultos.

O relatório apresenta sugestões incomuns para lidar com esses sintomas, como yoga, atividades em grupo, encontros chamados de “climate cafés” e iniciativas comunitárias voltadas a discutir sentimentos relacionados ao clima. O documento diz que essas práticas ajudariam a “construir resiliência” e a reduzir o estresse associado ao tema.

Críticos, porém, afirmaram ao jornal conservador National Review que o novo guia incorpora ao Estado conceitos cunhados por ativistas ambientais. Ao veículo, Jason Isaac, diretor do American Energy Institute, disse que a adoção oficial de expressões como “ecoansiedade” e “solastalgia” mostra “como a propaganda climática saiu das margens acadêmicas e entrou na formulação de políticas públicas”.

A publicação integra a estratégia mais ampla do governo trabalhista, que colocou metas climáticas rigorosas no centro de sua agenda - incluindo o compromisso de eletrificar totalmente a matriz energética até 2030 e eliminar a venda de carros a combustão no mesmo ano.

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