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Enquanto aguarda autorização do ministro Alexandre de Moraes para visitar Jair Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), endossou à Gazeta do Povo que a decisão sobre disputar ou não a Presidência da República em 2026 é unicamente do ex-presidente: "Quem vai decidir é o Bolsonaro", afirmou.
A defesa de Bolsonaro pediu a Moraes a visita “na data o mais breve possível”, sob o argumento de que há “necessidade de diálogo direto” com o governador paulista. O ex-presidente cumpre prisão domiciliar preventiva desde agosto, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado.
Também em conversa com a Gazeta do Povo, o presidente nacional do PSD e secretário de Governo do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab, afirmou que “ainda é muito cedo para falar sobre 2026” e que está “aguardando a decisão de Tarcísio”. O governador, por sua vez, reforçou que a decisão caberá a Bolsonaro.
Nos bastidores, aliados do governador de São Paulo afirmam que Kassab deseja que Tarcísio dispute a Presidência da República. Nesse arranjo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) seria o nome da centro-direita ao governo de São Paulo, enquanto Kassab pleitearia a vaga de vice na chapa.
Embora, após uma reunião com Bolsonaro em outubro, o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, tenha citado o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), como uma alternativa na disputa presidencial ao lado de Tarcísio, aliados próximos a Jair Bolsonaro consideram improvável que Ratinho receba o apoio do ex-presidente. O motivo seria a postura de seu pai, o apresentador Ratinho, durante a ida de Bolsonaro aos Estados Unidos após a derrota eleitoral de 2022.
Bolsonaro deve se posicionar sobre Eduardo em reunião com Tarcísio
A reunião entre Tarcísio e Bolsonaro também é determinante para entender a postura do ex-presidente diante dos ataques promovidos por seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a figuras políticas que ameaçam o que Eduardo chama de movimento bolsonarista.
Recentemente, Eduardo criticou Tarcísio de Freitas, dizendo que ele seria “o candidato do sistema” e insinuando que o governador paulista teria a simpatia do ministro Alexandre de Moraes, ao afirmar: “É o cara que o Moraes quer, que gostaria que fosse eleito, porque ele ainda viria com apoio de Jair Bolsonaro”.
Eduardo também entrou em rota de colisão com a deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC), após ela questionar publicamente a pré-candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado por Santa Catarina, alegando que estaria limitando o espaço de outros nomes da direita.



