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O ditador russo, Vladimir Putin, e o ditador norte-coreano, Kim Jong-un. (Foto: Gavril Grigorov/EFE/EPA)

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Os regimes da Rússia e da Coreia do Norte fecharam nesta terça-feira (11) um acordo de cooperação midiática voltado ao intercâmbio de informações e à realização de transmissões conjuntas entre seus veículos estatais, segundo informaram as agências EFE e AFP. O pacto, assinado em Moscou e Pyongyang, consolida a aproximação entre os dois países em meio à crescente parceria militar durante a guerra na Ucrânia.

De acordo com a embaixada russa em Pyongyang, o documento foi firmado pelo Ministério de Desenvolvimento Digital, Comunicações e Meios de Comunicação da Rússia e pelo Comitê de Informação da Coreia do Norte. O texto prevê a troca de conteúdos entre meios públicos e privados, além da criação de projetos conjuntos em áreas culturais, econômicas e políticas.

Conforme destacou o portal NK News, o acordo principal foi assinado entre o grupo estatal russo Rossiya Segodnya - que controla veículos como RIA Novosti, Sputnik e RT - e a agência oficial norte-coreana KCNA. As partes se comprometeram a promover “cobertura objetiva e profissional” das relações bilaterais e a reforçar a “cooperação informativa” entre Moscou e Pyongyang.

O NK News também informou que a delegação russa, chefiada pelo vice-editor-chefe da Rossiya Segodnya, Sergei Kochetkov, se reuniu com o vice-diretor da KCNA, Pak Kang Ho, na capital norte-coreana. O encontro ocorreu enquanto outro acordo paralelo foi assinado em Moscou entre o ministério russo e o Comitê de Informação de Pyongyang, ampliando a cooperação em tecnologia da informação e comunicações.

As iniciativas apontam para uma tentativa dos regimes de Vladimir Putin e Kim Jong-un de alinhar suas narrativas em torno da guerra na Ucrânia e outros assuntos de interesse de ambos os países. Conforme o NK News, a Rossiya Segodnya tem sido alvo de sanções internacionais impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia por atuar como instrumento de desinformação do Kremlin. A empresa e sua diretora, Margarita Simonyan, estão sob restrições desde o ano passado por disseminar conteúdos pró-Kremlin em diversos continentes.

Segundo as agências EFE e AFP, o acordo se insere na política de “jornalismo patriótico” defendida por Putin, que ao longo da guerra na Ucrânia eliminou a imprensa independente e consolidou o controle estatal sobre a informação. A Coreia do Norte, por sua vez, utiliza a KCNA como órgão exclusivo de propaganda interna e de comunicação internacional, promovendo a imagem do regime de Kim Jong-un.

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