No Saideira desta sexta, Francisco Escorsim e Paulo Polzonoff Jr. recebem o cineasta Josias Teófilo. Por causa dessa ilustre presença, aliás, o episódio começa com a análise do filme "O Agente Secreto", de Kleber Mendonça Filho. O filme tem sido tratado por parte da crítica como forte candidato ao Oscar. A presença de Wagner Moura no elenco, sempre um ponto de tensão entre direita e esquerda, deixa a discussão ainda mais interessante.

No primeiro bloco, os apresentadores e o convidado debatem se é possível assistir ao filme “de coração aberto”, sem deixar que a polarização política contamine a experiência artística. A pergunta se torna o fio condutor da conversa: até que ponto a política determina a forma como o público, especialmente o público conservador, absorve obras audiovisuais?

Santa Catarina

Em seguida, o programa passa para a disputa política que agita Santa Catarina. A possível candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado desencadeou uma série de reações no estado, especialmente entre lideranças da própria direita. A deputada Júlia Zanatta, por exemplo, publicou uma foto sentada em um trono de fuzis, em referência à série "Game of Thrones", com a legenda “Game of Santa Catarina”. O "Saideira" discute o impacto dessa estética e o que ela revela sobre o momento atual da direita brasileira.

No debate, os apresentadores questionam se esse tipo de imagem afasta o eleitor médio e se a direita tem se resignado à condição de caricatura. A análise se estende para os rumos do conservadorismo no país e para as tensões internas que têm marcado o campo político.

Cultura woke

Outro tema forte do programa é o Theatro Municipal de São Paulo, alvo de críticas por, supostamente, ter abraçado uma administração de viés “woke”. A discussão explora o impacto dessa orientação sobre a programação, a gestão cultural e a maneira como a arte vem sendo instrumentalizada por agendas ideológicas.

Além dos temas culturais e políticos, o "Saideira" mantém sua tradição de dialogar com o público. Por isso, no final do programa Escorsim e Polzonoff apresentam reações de leitores e espectadores, incluindo elogios, críticas e até teorias conspiratórias. Entre elas, a acusação de que a Gazeta do Povo faria parte de uma “operação psicológica”, publicada em uma matéria de ciência. Veja só!