‘Se eu fosse Bolsonaro, não endossaria ninguém agora’, diz Mello Araújo após polêmica

Vice-prefeito de São Paulo voltou a fazer críticas a Tarcísio de Freitas sobre fim da Cracolândia

  • Por Beatriz Manfredini
  • 20/11/2025 17h50 - Atualizado em 20/11/2025 17h51
Anderson Romão/Agif/Estadão Conteúdo Vice prefeito Coronel Mello Araújo, ex-chefe da Rota é coronel da Polícia Militar e também foi presidente da Ceagesp, no autódromo de Interlagos Coronel voltou a ganhar os holofotes após criticar o governador do Estado, Tarcísio de Freitas

O vice-prefeito de São Paulo, coronel Mello Araújo (PL), afirmou à coluna que, se fosse o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não escolheria ninguém como nome da direita para a eleição de 2026 neste momento. Aliado de primeira hora de Bolsonaro – e colocado no cargo atual por indicação dele também -, Mello Araújo disse que “se fosse ele [Bolsonaro], não endossaria ninguém agora”. Ele também afirmou estar preocupado com o ex-presidente e com a “ditadura para a qual caminhamos”.

Cotado para uma vaga no Senado, como antecipou a coluna, ou com a possibilidade de se tornar prefeito de São Paulo, o coronel voltou a ganhar os holofotes após criticar o governador do Estado, Tarcísio de Freitas. O chefe do Executivo paulista voltou a ser o principal cotado para disputar a presidência pelo espectro político no ano que vem, existem especulações de que a decisão deve ser tomada até o fim deste ano.

No novo embate com Tarcísio, Mello Araújo criticou o governador por falas recentes sobre a Cracolândia. Ele acusou Tarcísio de não dividir os resultados do fim do fluxo de dependentes químicos com a prefeitura de São Paulo em gravações recentes para
televisões e redes sociais. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, inclusive, chegou a denunciar irregularidades nas gestões frente ao assunto.

Para a coluna, Mello declarou que o “golpe fatal” para o fim da Cracolândia foi “a união [entre Governo e Prefeitura] que desburocratizou e criou política forte intersecretarias”, e não o desmantelamento da Favela do Moinho, como dito por Tarcísio.

“Sobre a Favela do Moinho, a Prefeitura está pagando metade das indenizações e o governo estadual outra metade. O governador, quando gravou na Cracolândia, fala que vai fazer um grande parque ali. Mas quem fez o desenho do parque, quem vai pagar, é a Prefeitura. O governador foi infeliz na fala, deveria ter falado da Prefeitura”, declarou Araújo.

Questionado sobre um eventual mal estar na relação entre as gestões, o vice-prefeito desconversou e destacou que “os políticos tem que ser superiores a essas coisas”. Já o prefeito da capital, Ricardo Nunes, disse que Mello fez afirmações sem ter todas as informações, e que os dois conversaram. O prefeito também destacou que Tarcísio foi fundamental no processo da Cracolândia.

Internamente, no entanto, aliados avaliam que Mello pode ter posto uma “pedra final” no sapato de Nunes, que é visto como potencial candidato ao governo do Estado em 2026 caso Tarcísio concorra à Presidência. A avaliação já vinha de crises anteriores

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.