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O senador Jorge Seif (PL-SC) afirmou que a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF) representa a continuidade de um “uso político” que ele exerce no órgão. Para o parlamentar, ele atuou para perseguir adversários políticos do governo nos últimos três anos em que chefiou a AGU.
Lula formalizou a indicação de Messias nesta quinta (20) colocando um fim à disputa que também incluía o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU). Considerado aliado próximo do presidente, Messias recebeu apoio do PT e agora depende da aprovação do Senado.
“A Bíblia ensina que Deus é justiça, imparcialidade e verdade. O que se viu na atuação de Messias foi seletividade, perseguição política e instrumentalização do poder”, afirmou Seif em entrevista à Folha de S. Paulo.
Isso, porquê, Messias se declara evangélico e poderia abrir portas com esse eleitorado mais arredio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Seif, no entanto, vê que se apresentar como um religioso não é escudo para se defender de “práticas incompatíveis com o Evangelho”.
O senador acusa Messias de ter utilizado a AGU para perseguir jornalistas críticos ao governo, teve “postura restritiva que impactou a proteção de policiais em operações no Rio de Janeiro” e “demonstrou omissão diante de alertas sobre fraudes bilionárias contra aposentados do INSS”.
“Sou contra a indicação de Jorge Messias ao STF não apenas por divergência ideológica, mas por fatos concretos que revelam uso político da AGU”, declarou.
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Para Seif, a vaga no Supremo exige equilíbrio e distanciamento do ambiente político. Ele disse que a corte não pode conviver com interferências partidárias e reforçou que “quando a política entra no tribunal, a Justiça sai pela outra porta”.
O parlamentar afirmou ainda que não enxerga em Messias “as condições morais e institucionais” necessárias para integrar o tribunal.
Para chegar ao STF, Messias terá de passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, responsável por avaliar a indicação antes da votação no plenário. São necessários, no mínimo, 41 votos para aprovar a indicação.



