Operação RJ
Transferências ocorreram duas semanas depois da megaoperação policial contra a facção no Rio de Janeiro. (Foto: Antônio Lacerda/EFE)

Ouça este conteúdo

Sete chefes do tráfico de drogas ligados ao Comando Vermelho foram transferidos nesta quarta (12) do Rio de Janeiro para presídios federais de segurança máxima. As transferências foram pedidas pelo governo do estado no dia da megaoperação policial nas comunidades da Penha e do Alemão que vitimou 121 pessoas, a maioria delas ligada à facção, segundo as autoridades, e autorizadas na semana passada pela Justiça fluminense.

Os detentos estavam abrigados no presídio estadual de Bangu 1, no Complexo de Gericinó, e foram encaminhados até o Aeroporto do Galeão sob forte escolta policial, onde embarcaram em um avião da Polícia Federal. O destino dos presos não foi divulgado.

“Sete presos já começaram a ser transferidos para presídios federais. Com essas novas remoções, já são 42 líderes criminosos transferidos do Rio de Janeiro no meu governo. O enfrentamento ao crime é permanente. Não vamos permitir que o Rio de Janeiro vire um resort do crime”, disse o governador Cláudio Castro (PL-RJ) em uma rede social:

VEJA TAMBÉM:

A Gazeta do Povo pediu mais explicações e detalhes sobre a transferência ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) e aguarda retorno.

As primeiras informações apuradas pelo G1 e pelo UOL apontam que foram transferidos para presídios federais os detentos:

  • Roberto de Souza Brito, conhecido como “Irmão Metralha” – atua no Complexo do Alemão;
  • Arnaldo da Silva Dias, o “Naldinho” – atua em Resende e é o administrador da "caixinha" do CV;
  • Alexander de Jesus Carlos, o “Choque ou Coroa” – traficante do Complexo do Alemão;
  • Marco Antônio Pereira Firmino, o “My Thor” – do Morro Santo Amaro e integra a comissão da facção;
  • Fabrício de Melo de Jesus, o “Bichinho” – de Volta Redonda e integra a comissão da facção;
  • Carlos Vinícius Lírio da Silva, o “Cabeça” – da comunidade do Sabão, em Niterói;
  • Eliezer Miranda Joaquim, o “Criam” – chefe da facção na Baixada Fluminense.

Imagens registradas pela imprensa fluminense mostram um forte esquema policial de escolta dos detentos de Bangu 1 para o aeroporto, com muitas viaturas em comboio e agentes com armas em punho. A transferência faz parte de uma estratégia para enfraquecer a comunicação entre líderes e demais integrantes da facção.

“As vagas solicitadas pelo governo estadual foram pronta e integralmente atendidas pela Senappen no dia 28 de outubro. As transferências ocorrem conforme o rito processual estabelecido com o Poder Judiciário, que analisa individualmente cada pedido e autoriza a inclusão dos presos nas unidades federais. A operação desta quarta-feira contempla os sete custodiados já autorizados judicialmente”, disse o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) em nota à Gazeta do Povo.

VEJA TAMBÉM:

De acordo com a pasta, o Rio de Janeiro passa a ser o estado com o maior número de presos sob custódia federal, totalizando 66 detentos de alta periculosidade. Somente neste, afirma o ministério, 19 criminosos foram inseridos no Sistema Penitenciário Federal (SPF).

“A transferência é executada sob o mais alto padrão de segurança, com planejamento detalhado e coordenação da Polícia Penal Federal. Por razões de segurança, não são divulgadas informações adicionais sobre a operação no momento. Nas penitenciárias federais, cada preso ocupa cela individual e não tem contato com outros custodiados, permanecendo 22 horas por dia em regime de isolamento e duas horas de banho de sol, sob monitoramento permanente de policiais penais federais e sistemas de vigilância eletrônica”, seguiu a pasta.

O SPF é um regime de execução penal voltado ao combate do crime organizado, com objetivo de isolar as lideranças criminosas e os presos de alta periculosidade. Atualmente, existem 5 penitenciárias federais no Brasil, classificadas como presídios de segurança máxima: Porto Velho (RO), Mossoró (RN), Campo Grande (MS), Brasília (DF) e Catanduvas (PR).