Em Palmas, 35 pessoas morreram durante passagem de tornado no sudoeste do Paraná. (Foto: Silvia Müller/Irma Deitos/Arquivo pessoal)

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Em 14 de agosto de 1959, um tornado devastador atingiu a divisa dos estados do Paraná e Santa Catarina, causando dezenas de mortes e sendo considerado até hoje o evento do tipo mais fatal na história do Brasil. Sem a tecnologia de hoje, a tragédia marcou comunidades rurais inteiras.

Qual foi a real magnitude do tornado de 1959?

Foi um evento catastrófico, considerado o tornado mais mortal da história do Brasil, com uma estimativa de até 90 vítimas fatais. Na fazenda Fortaleza, em Palmas (PR), o fenômeno deixou 35 mortos. Já no município de Canoinhas (SC), foram registradas 14 mortes e 45 feridos. Com ventos que ultrapassaram 200 km/h, o tornado destruiu casas de madeira, arrancou pinheiros pela raiz e deixou um rastro de devastação que marcou a memória dos moradores da região.

Por que o desastre não foi identificado como um tornado na época?

Na década de 1950, a tecnologia meteorológica era precária. Sem radares ou sistemas de alerta avançados, a imprensa e a população descreveram o fenômeno como um "forte vendaval" ou "redemoinho". A dimensão real e a classificação correta como tornado só foram compreendidas posteriormente, a partir da análise dos relatos dos sobreviventes e da escala de destruição, que era incompatível com uma simples tempestade.

Qual foi o impacto do tornado na infraestrutura local?

A força do evento foi espantosa. Além de destruir casas e lotar hospitais, um "locomóvel" — um tipo de trator a vapor com 5 toneladas — foi arrastado por 40 metros. Em outro relato impressionante, um jipe foi arremessado a 150 metros de distância. A infraestrutura da região entrou em colapso, com danos às linhas de telefone e energia, o que deixou cidades inteiras no escuro por horas. O transporte ferroviário também foi totalmente interrompido pela queda de árvores.

Como os sobreviventes descreveram a experiência?

Relatos de sobreviventes descrevem um som assustador e anormal, diferente de trovoadas, seguido por um cenário de puro desespero. Uma moradora lembrou que "não eram trovoadas comuns, fazia um barulho estranho, acho que era o furacão". Outros contam sobre o esforço incessante dos médicos para atender centenas de feridos e a imagem chocante de animais mortos, como um cavalo que foi encontrado atravessado por um grande pedaço de madeira.

Este foi um incidente isolado na região?

Não. A região já havia sofrido com eventos climáticos extremos. Onze anos antes, em 16 de maio de 1948, o mesmo município catarinense de Canoinhas foi devastado por outro tornado ainda mais intenso, com ventos estimados em mais de 300 km/h. Naquela tragédia, 23 pessoas morreram, sendo cinco delas dentro do Hospital Santa Cruz, que não resistiu à força dos ventos e desabou. Os eventos revelam a vulnerabilidade histórica da área a esses fenômenos.

Este conteúdo foi gerado com inteligência artificial. Para acessar a informação na íntegra e se aprofundar sobre o tema consulte a reportagem a seguir.

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