Putin e Trump se cumprimentam diante das câmeras após a reunião no Alasca, em 15 de agosto (Foto: Octavio Guzmán/EFE)

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O governo dos Estados Unidos apresentou um plano de paz de 28 pontos à Rússia para tentar encerrar a guerra na Ucrânia, informou a imprensa americana.

Na terça-feira (18), o site Axios relatou que, segundo informações apuradas junto a funcionários dos governos dos EUA e da Rússia, a proposta é inspirada no plano de paz que o presidente americano, Donald Trump, apresentou para encerrar a guerra na Faixa de Gaza e que neste momento está na sua primeira fase de implementação, com um cessar-fogo que no último dia 10 completou um mês.

De acordo com a apuração do Axios, os 28 pontos do plano se dividem em quatro categorias gerais: paz na Ucrânia, garantias de segurança a Kiev, segurança do restante da Europa e futuras relações dos EUA com a Rússia e a Ucrânia.

Nesta quarta-feira (19), o site acrescentou que o plano de Trump incluiria ceder à Rússia regiões do leste ucraniano que Moscou não controla atualmente, em troca de uma garantia de segurança dos EUA para a Ucrânia e a Europa contra futuras agressões russas.

Hoje, a CNN confirmou que o governo americano está tentando negociar um novo plano de paz com a Rússia, segundo uma fonte familiarizada com as negociações.

Tais esforços estariam sendo liderados pelo enviado especial de Trump, Steve Witkoff, e as negociações teriam acelerado esta semana, relatou a emissora.

O porta-voz do Exército, coronel Dave Butler, disse em um comunicado que o secretário do Exército, Dan Driscoll, e uma delegação de alto nível do Pentágono chegaram nesta quarta-feira à Ucrânia para “uma missão de apuração de fatos para se reunir com autoridades ucranianas e discutir os esforços para pôr fim à guerra”.

Porém, de acordo com a agência Reuters, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, negou que haja um novo plano de paz em discussão. “Até agora, não há novidades sobre isso que possam ser relatadas a vocês”, desconversou, em entrevista coletiva.

As reportagens sobre o novo plano de paz de Trump foram publicadas após semanas sem qualquer sinalização de conversas entre Washington e Moscou sobre o conflito no leste europeu.

Em 15 de agosto, Trump realizou no estado do Alasca uma esperada reunião com o ditador russo, Vladimir Putin, na qual discutiram a guerra na Ucrânia.

O líder do Kremlin foi recebido com pompa e muitos sorrisos em Anchorage, mas ao final do encontro, em declarações à imprensa, Trump, já com o semblante carrancudo, disse que não era possível anunciar um cessar-fogo, sua grande meta.

O presidente americano tentou marcar um encontro de Putin com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mas diante da resistência do Kremlin a essa reunião e da continuidade da ofensiva russa, perdeu a paciência.

Em outubro, os Estados Unidos impuseram sanções econômicas contra as duas maiores empresas petrolíferas russas, a Rosneft e a Lukoil, com o Departamento do Tesouro americano alegando “falta de comprometimento sério da Rússia com um processo de paz para pôr fim à guerra na Ucrânia”. O Kremlin considerou tal medida um “ato de guerra”.

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