Zelenskyy eleva a pressão sobre Moscou ao exigir retirada russa, defender referendo nas áreas ocupadas e abrir espaço para forças internacionais como garantia de paz.
Zelenskyy eleva a pressão sobre Moscou ao exigir retirada russa, defender referendo nas áreas ocupadas e abrir espaço para forças internacionais como garantia de paz. (Foto: EFE/EPA/TERESA SUAREZ)

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou que pode ordenar a retirada das tropas ucranianas da região de Donetsk como parte de um plano para encerrar a guerra contra a Rússia. Em contrapartida, ele exige que Moscou também retire suas forças e aceite transformar a área em uma zona totalmente desmilitarizada, supervisionada por forças internacionais.

Zelensky colocou o futuro do Donbas no centro das negociações de paz e afirmou que a proposta exige decisões difíceis. Segundo ele, Ucrânia e Rússia precisariam definir até onde cada exército recuaria e em quais pontos as forças internacionais atuariam para garantir o cumprimento do acordo.

O presidente ucraniano informou ainda que os Estados Unidos sugeriram a criação de uma “zona econômica livre” na região. Zelensky ressaltou, porém, que esse modelo só teria validade se a área permanecesse desmilitarizada. Ele afirmou que a proposta ainda carece de definições claras sobre governança e desenvolvimento econômico.

Zelensky cobra referendo para destravar negociações de paz

Ao tratar de áreas estratégicas, Zelensky afirmou que o mesmo arranjo pode se estender ao entorno da usina nuclear de Zaporizhzhia, atualmente sob controle russo. O líder ucraniano deixou claro que qualquer acordo de paz envolvendo territórios ocupados precisará passar por referendo popular.

O rascunho de trabalho discutido entre Estados Unidos e Ucrânia também prevê a retirada das forças russas das regiões de Dnipropetrovsk, Mykolaiv, Sumy e Kharkiv. Zelensky afirmou que forças internacionais podem ocupar pontos específicos da linha de contato para monitorar a implementação do acordo e evitar novos confrontos.

A Rússia, até agora, não sinalizou concordância com qualquer retirada territorial. Questionado sobre a proposta, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que Moscou tomará sua decisão com base nos relatórios apresentados pelo enviado presidencial Kirill Dmitriev, que se reuniu com representantes dos Estados Unidos na Flórida no último fim de semana.

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