De volta aos holofotes após ‘fator Mello’, Ramuth já aparece bem cotado entre líderes de partidos para SP

Vice-governador já esteve com presidentes do PP, MDB, Podemos e Republicanos

  • Por Beatriz Manfredini
  • 27/11/2025 08h25
Sidinei Lopes/Governo do Estado de SP O vice-governador Felício Ramuth no Palácio dos Bandeiirantes Vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), volta a ser o mais citado entre os nomes da direita no Estado para disputar o Palácio dos Bandeirantes, caso Tarcísio dispute as eleições presidenciais

O vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), voltou a ser o mais citado entre os nomes da direita no Estado para disputar o Palácio dos Bandeirantes em um cenário em que o atual governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos), saia à Presidência da República. A preferência por Ramuth não é de hoje, como já mostrou a coluna, mas, agora, as negociações estão mais avançadas.

Segundo fontes do Palácio dos Bandeirantes, Ramuth já está bem colocado como o nome favorito entre muitos líderes partidários. Ele já esteve em conversas com presidentes nacionais de partidos, como Ciro Nogueira, do PP; Marcos Pereira, do Republicanos; Baleia Rossi, do MDB; Renata Abreu, do Podemos, e também líderes estaduais. Uma reunião com o dirigente do PL, Valdemar Costa Neto, chegou a ser marcada, mas foi adiada após a prisão em regime fechado do ex-presidente. Outra conversa, com Antônio Rueda, do União Brasil, também está no radar.

Essa é uma das etapas para consolidar Ramuth como principal nome ao Estado em 2026. Um dos desafios seria torná-lo mais conhecido do eleitorado, mas os aliados estão otimistas e acreditam que qualquer candidato que suba no palanque ao lado de Tarcísio sairá com vantagem eleitoral de, pelo menos, 25% das intenções de voto. Além disso, Felício teria outro ponto a seu favor: o de ser governador de São Paulo por alguns meses, já que Tarcísio terá que deixar o cargo até abril se for se candidatar ao Planalto.

“Por isso, o foco de Ramuth também precisa estar no governo e na gestão estadual antes mesmo de pensar na eleição”, explica um auxiliar. A leitura é a de que ele terá que assumir, fazer uma rápida transição de governo (pelo menos sete secretários devem deixar a gestão atual para concorrer em 2026) e, efetivamente, governar. Se Tarcísio disputar a Presidência, eventuais falhas e contradições no Estado de São Paulo devem ser exploradas pelos candidatos de oposição, respingando, inclusive, em Ramuth. “Então o foco A é como ele vai assumir e lidar com o governo, e o foco B são as negociações eleitorais”, continuou a fonte.

Outros nomes

Ramuth voltou a despontar como principal nome após declarações do vice-prefeito de São Paulo, coronel Mello Araújo (PL). Assim como já fez outras vezes, Mello atacou Tarcísio e a própria Prefeitura e, internamente, nas gestões municipais e estaduais, cresce o sentimento de que o comandante da capital, Ricardo Nunes (MDB), não poderia deixar o posto nas mãos de Mello. O vice-prefeito tem incomodado desde o alto escalão até os cargos mais baixos na Prefeitura.

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Além de Nunes, que tinha a pontuação mais alta nas pesquisas de intenção de voto até então – e era tratado como o preferido de Tarcísio para o cargo -, outros nomes, como o do presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), André do Prado (PL), e do Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP), também tem perdido força. Apesar de aparecer nas negociações, por exemplo, do PP, Derrite não nega nos bastidores que não tem desejo de disputar o Palácio dos Bandeirantes neste momento. A avaliação, inclusive, é de que ele precisaria ganhar mais experiência em outros temas além da segurança para avançar nesse sentido.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.