Departamento de Justiça dos EUA adia conclusão da divulgação de arquivos de Epstein
Volume massivo de registros adicionais estende o prazo de análise e a saga judicial deve seguir até 2026, gerando críticas de parlamentares e vítimas
A divulgação completa dos arquivos relacionados ao financista Jeffrey Epstein, condenado por crimes sexuais, sofreu um novo atraso. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) anunciou a descoberta de mais de um milhão de novos documentos potencialmente ligados ao caso, o que estenderá o processo de revisão e publicação por mais algumas semanas, possivelmente arrastando a conclusão da “saga dos arquivos” para 2026.
Originalmente, uma lei de transparência aprovada pelo Congresso norte-americano havia estabelecido o dia 19 de dezembro como data limite para a liberação de todos os registros. No entanto, na véspera de Natal (24), o DOJ comunicou que o escritório de Manhattan e o FBI localizaram um volume significativo de material adicional que precisa ser analisado.
Até o momento, o governo já publicou centenas de milhares de arquivos no site denominado “Biblioteca Epstein”, totalizando mais de 300 gigabytes de dados, incluindo documentos judiciais, fotos e vídeos. Entre as revelações recentes, constam intimações, fotos de figuras públicas com o magnata e até mesmo uma carta falsa atribuída a Epstein, que o DOJ afirmou ter divulgado para cumprir a obrigação legal de liberar qualquer material relacionado, independentemente da veracidade do conteúdo.
A extensão do prazo gerou indignação bipartidária no Capitólio e críticas por parte das vítimas de Epstein. Parlamentares questionam como um volume tão grande de documentos foi descoberto apenas um mês após a aprovação da lei e dez meses depois de ordens iniciais para a entrega dos arquivos. Deputados envolvidos na legislação ameaçam responsabilizar a liderança do Departamento de Justiça caso o cumprimento da lei não seja total.
Além dos novos documentos, ainda restam itens cruciais pendentes de divulgação, como um rascunho de acusação de 2007 com 60 denúncias federais que nunca foi protocolado e um memorando de apoio a esse processo. A expectativa agora recai sobre a agilidade das autoridades em processar o novo lote de informações, enquanto mantêm a proteção legal à identidade das vítimas envolvidas.

