Impeachment de Casares avança no São Paulo e ganha data para discussão
Se o atual presidente tricolor for destituído, o vice Harry Massis Junior assumirá o cargo até a eleição de 2026
O processo de impeachment do presidente do São Paulo, Júlio Casares, avançou após o presidente do Conselho Deliberativo, Olten Ayres de Abreu Júnior, encaminhar a discussão sobre seu afastamento ao Conselho Consultivo do clube. Essa etapa ocorre antes de uma reunião onde Casares poderá apresentar sua defesa.
Composto por presidentes e ex-presidentes do clube e do Conselho Deliberativo, incluindo Olten e Casares, o Conselho Consultivo sugeriu a data de 12 de janeiro para a discussão, mas ela ainda precisa ser confirmada.
A data proposta ocorre pouco mais de uma semana antes do limite para que Olten convoque uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo, onde Casares poderá se defender das acusações. Entre os pontos levantados estão má gestão orçamentária, venda de atletas abaixo do valor de mercado e uso indevido de camarote.
O Conselho Consultivo não tem poder para vetar o impeachment, mas fornecerá uma opinião que será considerada nas discussões do Conselho Deliberativo.
Pedido de afastamento
O pedido de afastamento foi protocolado no dia 23 de dezembro, com 58 assinaturas, das quais 13 são de conselheiros que anteriormente apoiavam Casares. Para que Olten fosse obrigado a dar sequência ao pedido, eram necessárias 50 assinaturas. Outro movimento, com 22 conselheiros, também pedia o afastamento, mas não teve o mesmo impulso.
Após o protocolo, iniciou-se o prazo para convocação da reunião extraordinária. Caso Olten não convoque em 30 dias, seu vice, João Farias Júnior, terá 15 dias para agir. Se ele também se abster, um conselheiro signatário do pedido com mais tempo de clube será responsável por convocar a reunião.
Regras do impeachment
Para que o impeachment seja aprovado, é necessária uma maioria qualificada de dois terços do Conselho Deliberativo (171 dos 255 votos possíveis). Caso o impeachment seja aprovado, o presidente será afastado provisoriamente.
Em até 30 dias após a votação do Conselho, uma Assembleia Geral de sócios será convocada para ratificar ou não a decisão, sendo suficiente para isso a maioria simples.
Se Casares for destituído, o vice-presidente Harry Massis Junior assumirá a presidência até a eleição de 2026. A eleição no clube do Morumbi é indireta, com os conselheiros elegendo o novo presidente.
Crise política no São Paulo
A crise política no São Paulo é alimentada por uma série de episódios que abalaram a gestão de Casares. A saída de Carlos Belmonte enfraqueceu a base de apoio do presidente, mas o orçamento da gestão para 2026 ainda foi aprovado.
Entretanto, a situação se agravou após o vazamento de um áudio que revelou um esquema clandestino de comercialização de camarote no Morumbi durante eventos. Os diretores Mara Casares e Douglas Schwartzmann, mencionados na gravação, se afastaram de seus cargos. O Ministério Público de São Paulo pediu a abertura de um inquérito policial, enquanto o clube iniciou sindicâncias internas e externas.
Além disso, a Polícia Civil de São Paulo investiga diretores do clube por supostos desvios de verbas em vendas de atletas. Esses escândalos aumentaram a tensão interna e fortaleceram a oposição, que busca o afastamento de Casares e almeja a eleição de 2026.
*Com informações do Estadão Conteúdo

