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O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse nesta segunda-feira (15) que o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) contou com o apoio de um “grupo” para escapar do país. Neste sábado, foi preso Celso Rodrigues de Mello, de 27 anos, filho de um empresário que supostamente integraria o grupo que facilitou a fuga d parlamentar.
“No curso da investigação, a gente tomou ciência dessa saída deste parlamentar há alguns meses. E, a partir dessa investigação, se chegou a esse grupo que teria facilitado a fuga do parlamentar”, disse Rodrigues.
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As declarações foram dadas a um grupo de jornalistas na sede da corporação, em Brasília, onde o diretor da PF ofereceu um café da manhã e realizou um balanço do ano. Segundo quem esteve presente, um dos pontos mais questionados por jornalistas foi o caso de Ramagem.
Rodrigues confirmou que a rota do parlamentar incluiu uma ida por terra de Boa Vista (RR) até Georgetown, capital da Guiana. De lá, Ramagem teria embarcado de avião até Miami e ingressado nos EUA com um passaporte diplomático, cancelado, segundo a PF.
Ramagem foi condenado a 16 anos, um mês e 15 dias de prisão por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado e é considerado foragido pelo tribunal.
No início de dezembro, o Supremo decidiu pelo bloqueio do salário e da cota parlamentar de Ramagem. O STF afirma que ele teria integrado uma suposta organização criminosa e utilizado a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), da qual foi diretor, para monitorar adversários políticos e colocar dúvidas sobre o sistema eleitoral.
No evento com jornalistas, Andrei Rodrigues ainda fez considerações a respeito de outros casos investigados pela PF, como a investigação que apura uma assessora do ex-presidente Arthur Lira (PP-AL) e o caso do banco Master.
Sobre a investigação a respeito de cotas parlamentares, Rodrigues afirmou que a PF não leva em consideração a importância dos alvos e que deve apurar “todos os elos” da chamada “Operação Transparência”.
Já sobre a investigação que apura o caso do banco Master, Rodrigues afirmou que “não há prejuízo” relacionado à prerrogativa do STF em autorizar investigações.

