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Desde que se propôs a ir aos Estados Unidos militar por punições ao Brasil como forma de obter a anistia e livrar a cara do pai, Eduardo Bolsonaro não apenas deu ao petismo um discurso político coeso como implodiu o grupo que diz representar. Agora tentar negar seu papel contraproducente, desgastante e divisivo.
Durante uma entrevista na Jovem Pan, o deputado foi questionado pelo cientista político Felipe D’Avila sobre a necessidade de união da direita em pautas comuns para vencer a eleição de 2026. Tergiversou. “Não estou dividindo a direita. Eu estou antecipando que certas pessoas não serão a solução do problema ou, ao menos, não terão a conduta no norte correto para solucionar o problema”, disse.
Pouco importa o que Eduardo alegue em relação a própria conduta. Para efeitos analíticos vale o que ele faz efetivamente, bem como os resultados que produz na política
Estivesse preocupado com qualquer tipo de união, não teria se aventurado em outro país sem conhecimento de seu partido. Fez um all-in geopolítico, jogando os aliados que ficaram no Brasil numa situação impossível: a de ter de apoiar sanções econômicas impostas ao próprio ao país.
Eduardo acredita na unidade, desde que seja aquela que gravite em torno do que deseja. Ele deseja a união, desde que seja em nome da obediência e fidelidade a ele e sua família. Por isso tratou de torpedear Tarcísio de Freitas ao menor sinal de desacordo em relação as tarifas. Por isso exige que aliados locais, em Santa Catarina, engulam a candidatura fabricada de seu irmão Carlos para o Senado. Os discordantes são purgados na fogueira ideológica como infiéis.
Eduardo adotou a lógica da inocência política como meio de ação. Se posiciona a partir do vitimismo. Ele nunca diz que age, apenas que reage. Teria reagido a perseguição ao pai. Agora também teria reagido aos insubordinados oportunistas interessados em disputar o espólio político da direita. Quem acredita no que ele diz, fica com a impressão de que é isso mesmo. Na prática, a realidade é outra.
Pouco importa o que Eduardo Bolsonaro alegue em relação a própria conduta. Para efeitos analíticos vale o que ele faz efetivamente, bem como os resultados que produz na política. E, sob qualquer parâmetro dimensionável, ele é um desastre para a direita e um bálsamo para a esquerda.
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos
