O presidente do Equador, Daniel Noboa, defendeu proposta para mudar a Constituição e permitir a entrada de bases militares estrangeiras no país (Foto: EFE/ Mauricio Torres)

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O presidente do Equador, Daniel Noboa, sofreu um revés político com o referendo nacional realizado no domingo (16), que ele mesmo havia promovido, cujas quatro perguntas foram amplamente rejeitadas pelos eleitores, entre elas as propostas de convocação de uma Assembleia Constituinte para redigir uma nova Constituição e de permissão de montagem de bases militares estrangeiras no país.

As propostas do referendo, no qual também se planejava reduzir de 151 para 73 o número de membros do Parlamento e acabar com o financiamento público dos partidos políticos, obtiveram uma ampla rejeição dos equatorianos, de acordo com os resultados divulgados quando a parcial da apuração era de mais de 85%.

Na questão da Assembleia Constituinte, o "não" obteve 61,55% dos votos válidos, e na proposta sobre as bases militares estrangeiras, a rejeição foi de 60,50%.

Deste modo, os equatorianos se pronunciaram a favor de manter a Constituição vigente, instaurada em 2008 por iniciativa do então presidente de esquerda, Rafael Correa, e também apoiaram a continuidade da proibição estabelecida nessa carta magna que impede a presença de bases militares estrangeiras em território equatoriano.

Na pergunta sobre a retirada do financiamento público dos partidos, o "não" ganhou com 57,96% dos votos válidos, e na pergunta sobre reduzir o número de parlamentares, com 53,41%.

Os resultados representam uma derrota política para Noboa, que havia apostado em fazer uma nova Constituição poucos meses depois de ter sido reeleito presidente com uma ampla margem sobre Luisa González, aliada de Correa.

O mandatário buscava promover uma Constituição mais rígida contra o crime organizado, ao qual declarou guerra desde o início de 2024 frente à crise de violência sem precedentes que o país atravessa, liderando na América Latina em índice de homicídios, com uma projeção de terminar 2025 com um recorde de 52 por cada 100 mil habitantes.

Ele também buscava reformas em matéria econômica com o objetivo declarado de facilitar a chegada de investimentos estrangeiros e criação de empregos com uma flexibilização do mercado de trabalho.

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