Facções criminosas no RJ controlam a vida de 4 milhões de pessoas

De acordo com o Datafolha, quase metade da população (46%) teme mais os traficantes, índice que supera o medo das milícias (18%) e da polícia (6%)

  • Por Jovem Pan
  • 04/12/2025 11h23
JOSE LUCENA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO Cerca de 400 policiais cumprem 34 mandados de prisão e nove de busca e apreensão na Favela da Rocinha Enquanto o Comando Vermelho (CV) avança e expande seu território, as milícias apresentam um recuo

Um levantamento da pesquisa Datafolha revela um cenário alarmante: aproximadamente quatro milhões de pessoas vivem sob o controle de organizações criminosas e milícias na região metropolitana do estado do Rio de Janeiro. O número representa 25% de toda a população fluminense, estimada em 16 milhões de habitantes.

A concentração do domínio territorial é ainda maior quando se analisa apenas os 22 municípios da região metropolitana, onde o percentual de moradores afetados se aproxima de 40%. De acordo com o levantamento, quase metade da população (46%) teme mais os traficantes, índice que supera o medo das milícias (18%) e da polícia (6%).

A dinâmica do crime organizado no estado passa por uma reorganização. Enquanto o Comando Vermelho (CV) avança e expande seu território, as milícias apresentam um recuo. Paralelamente, a facção Terceiro Comando Puro (TCP) ganha força, adotando um “modus operandi” mais discreto e menos ostensivo, similar ao do PCC de São Paulo, em contraste com o perfil bélico e de confronto direto do CV.

Autoridades de segurança apontam que a restrição a operações policiais em comunidades durante a pandemia, determinada pela “ADPF das Favelas”, pode ter contribuído para a expansão territorial dos grupos criminosos.

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Para combater o avanço, as forças de segurança mantêm operações permanentes, como a “Contenção”, focada em frear o Comando Vermelho; a “Torniquete”, que visa asfixiar financeiramente as organizações e já resultou em mais de 700 prisões; e a “Barricada Zero”, que trabalha para remover as quase 14 mil barricadas mapeadas no estado. O desafio, segundo analistas, é a retomada efetiva dos territórios, o que exigirá uma ação conjunta e integrada entre os governos federal, estadual e municipal.

*Com informações de Rodrigo Viga

*Reportagem produzida com auxílio de IA