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A ONG feminista Equimundo, com atuação global focada na desconstrução dos moldes tradicionais da masculinidade, acaba de reconhecer que, estatisticamente, a esmagadora maioria dos norte-americanos acredita que crenças tradicionais sobre o que é ser homem estão diretamente relacionadas a um maior senso de propósito na vida.
“Crenças tradicionais”, em outras palavras, significam uma forte valorização de aspectos como família, trabalho, fé e atributos masculinos naturais – como disciplina, força, coragem e racionalidade. Além disso, incluem o entendimento de que homens e mulheres têm papéis diferenciados e complementares, e que isso é perfeitamente saudável.
A ironia é que tudo isso é justamente o que o feminismo dito “progressista” tem demonizado há anos. É simbólico que essas conclusões constem em um relatório recente de uma ONG cujo propósito é convencer homens de todo o mundo a se afastarem de valores tradicionais e passem a apoiar uma visão feminista do que é a masculinidade.
Felizmente pesquisas norte-americanas costumam ser muito rigorosas e transparentes, reduzindo a margem de manipulação de dados. É graças a isso que os números revelados por uma ONG de esquerda escancaram justamente os danos colaterais do que se tornou a agenda feminista.
Equimundo criou lista proibida de crenças sobre masculinidade
Um ponto determinante para entender a Equimundo está no que a organização chama de "Man Box” (“caixa da masculinidade" em português). Para a ONG, ela corresponde a uma série de crenças e comportamentos que formariam a masculinidade tradicional.
O grande problema na definição da “Man Box” é que os ativistas misturaram comportamentos realmente problemáticos (como agressividade e controle excessivo) com virtudes essenciais para a identidade masculina, como força, liderança e autorresponsabilidade.
Como exemplo, a ONG propõe que o papel de provedor seria prejudicial ao próprio homem. Em um choque de realidade, a pesquisa mostrou que 86% dos homens acreditam que “ser provedor” não apenas é saudável como é a principal característica masculina.
Um detalhe importante é que os entrevistados são de todos os espectros políticos e ideológicos. Apenas 52% relataram apoiar Donald Trump, por exemplo. Ou seja: apesar de todo o esforço de uma militância barulhenta, a relevância dos valores masculinos tradicionais é um consenso no país.
Pesquisa é choque de realidade à militância dita “progressista”
Quando questionados sobre quais seriam as principais atribuições de um homem, entre as outras respostas com maior adesão estão ser forte (82%), amigo (82%) e pai (72%).
É interessante notar que enquanto quase 9 a cada 10 entrevistados disseram que prover para sua família é uma das atribuições mais essenciais, apenas 49% responderam que “ganhar muito dinheiro” é uma função primordial.
Em outras palavras, para o homem, prover para a família está muito acima de “ganhar muito dinheiro”, porque obviamente são coisas distintas. Nem todos serão ricos, mas todo homem obstinado por não deixar faltar nada aos que dele dependem consegue dar o necessário para sua família, mesmo que isso signifique uma vida simples.
Ou seja, na contramão da esquerda, que tenta destruir o papel do provedor, homens com diferentes visões de mundo continuam encontrando nele sua identidade mais forte.
O levantamento também concluiu que homens com filhos têm 30% mais senso de propósito em comparação com os que não têm, evidenciando a paternidade como um dos grandes antídotos ao vazio existencial. Por fim, a pesquisa confirma que o que dá sentido ao homem não é desconstrução da masculinidade, mas é ser pai, marido e guia. Em resumo, é um balde de água fria na própria Equimundo.
Maioria dos entrevistados expressa desejo de ser mais masculino
Outro ponto interessante é que a maioria (63%) dos entrevistados não se sentem “homens” o suficiente. Jovens, sobretudo entre 18 e 24 anos, são os que mais apontaram a necessidade de serem mais masculinos.
Quando os instintos mais naturais dos meninos desde muito novos (competição, brincadeiras físicas, exploração, etc.) são ceifados em nome de uma agenda ideológica, e não há incentivo, por parte dos pais, à exposição a riscos e frustrações controladas, criam-se homens inseguros de si.
E não só inseguros: incapazes de assumir responsabilidades e, portanto, mais propensos a se conformarem com a ideia de que “tudo bem ser frágil e inseguro, porque homens modernos são assim”.
Não. Homens fracos são assim. E isso é terrível tanto para suas esposas, que precisam carregar o fardo de assumirem responsabilidades que tradicionalmente cabem ao homem, quanto para seus filhos, que não terão um líder forte que os ajude a se desenvolver saudavelmente.
Descrédito à masculinidade tradicional prejudica principalmente os mais jovens
Em uma aula que participei nessa semana, um professor falava sobre como “o time dele” era malvado e como as mulheres sofriam com isso. Concordo que uma parte do “time dele” seja realmente assim, da mesma forma que muitas mulheres também são más. Mas esse tipo de narrativa, que é tão comum, é altamente prejudicial, principalmente para os mais jovens.
O discurso que retrata homens como ameaças à sociedade e sugere que apenas as mulheres são dignas de serem valorizadas e cuidadas é de uma crueldade sem limites. 6 a cada 10 entrevistados relataram que “ninguém se importa se os homens estão bem”. Entre os jovens, o percentual é maior, com a concordância de 70% dos participantes.
Além disso, 34% dos jovens disseram se sentir indignos de serem amados, e o isolamento masculino, cada vez maior, leva a um volume de pensamentos suicidas 2,2 vezes maior, segundo a pesquisa. Ou seja, a agenda contra a masculinidade não só fere, mas também mata.
Apesar de ofensiva ideológica, homens ainda conhecem seu caminho
Um último dado: apesar de a maioria dos entrevistados valorizar crenças tradicionais, eles temem ser cancelados por expressar essa identidade. 72% acreditam que nos dias de hoje homens podem ter sua reputação destruída simplesmente por expressarem suas opiniões.
Em resumo, a narrativa progressista produz homens frágeis, tenta tirar deles as ferramentas milenares que lhes davam estabilidade emocional e, por fim, luta para silenciá-los com a arma do cancelamento em punho.
Mas felizmente as crenças tradicionais sobre o que de fato significa ser um homem nunca vão sucumbir ao pensamento dito progressista, que tenta dobrá-lo a um ser inferior.
O mito de que a masculinidade tradicional é tóxica é nada mais do que isso: um mito, uma fantasia, uma ficção. Em outras palavras, ser homem “à moda antiga” nunca foi tão atual – e quem confirma isso é uma ONG “progressista”.
