Governo de SP dá primeiros passos em ‘Ecovilas’ para dependentes químicos
Ideia é atender e reinserir na sociedade pessoas em vulnerabilidade em Santa Rita do Passa Quatro, no interior
Seis meses depois do fim do fluxo da Cracolândia, na região central da capital paulista, o governo de São Paulo tem em mãos um projeto piloto para dependentes químicos. A possibilidade estudada, considerada uma “nova porta de saída” para usuários de drogas que queiram receber tratamento, é chamada de EcoVila.
A coluna teve acesso ao documento do projeto, que detalha a EcoVila como uma “comunidade sustentável de interesse social, com foco na regeneração do ecossistema a partir do consumo responsável, plantio para produção de alimento orgânico e reflorestamento.”
A ideia é utilizar um terreno em Santa Rita do Passa Quatro, no interior do Estado, para a implementação de 10 alqueires e 56 casas, levando para o local 50 famílias em situação de vulnerabilidade, especialmente dependentes químicos. No local, os moradores terão “oficinas e cursos de capacitação, reuniões de partilha e planejamento, espaço e atividades de oração, cultura e lazer” e também produzirão alimentos para a hora comunitária e agrofloresta.
O movimento começou a ser feito ainda em 2023, no início do mandato do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Na época, o modelo era chamado de Escolas Rurais.
Ainda não há prazo definitivo para que o projeto comece, já que ele está em fase de estudos e depende de outras etapas. O piloto é feito em parceria com uma instituição privada, a Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus. Como primeira etapa, o governo do estado está ampliando e reformando o hospital cuidado pela entidade que fica no mesmo terreno, que hoje já recebe usuários de drogas em reabilitação. Portanto, estão em andamento os procedimentos para implantação das EcoVila, sem data ainda para inicio dos atendimentos.
Segundo uma fonte da gestão, a intenção é criar “mais uma porta de saída” para os dependentes químicos, que possa “atender toda a população do estado”. O projeto inicial foi, inclusive, apresentado na COP30, em Belém.
A implementação da EcoVila também é esperada na capital paulista, local do antigo fluxo da Cracolândia. Os avanços tem sido acompanhados pelo Grupo de Trabalho sobre o assunto, que reúne gestão estadual e municipal. Uma vez em funcionamento, a prefeitura de São Paulo também deve manter um fluxo de envio de interessados para lá.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

