Israel violou cessar-fogo em Gaza quase 500 vezes, segundo o governo do Hamas

Contagem indica que 27 desses descumprimentos à trégua aconteceram neste sábado (22), quando ataques israelenses mataram 24 pessoas no enclave palestino

  • Por Jovem Pan
  • 23/11/2025 09h39
BASHAR TALEB / AFP Centenas de milhares de palestinos retornaram à devastada Cidade de Gaza após a entrada em vigor do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, enquanto ambos os lados discutem a implementação do plano de 20 pontos do presidente dos EUA, Donald Trump, para encerrar a guerra, que exige o desarmamento do Hamas e que o grupo não se envolva na administração de Gaza no pós-guerra. Palestinos passam por prédios destruídos na Cidade de Gaza em 12 de outubro de 2025. Israel violou 497 vezes o último cessar-fogo na Faixa de Gaza, promovido pelos EUA e que entrou em vigor no último dia 10 de outubro

Israel violou 497 vezes o último cessar-fogo na Faixa de Gaza, promovido pelos Estados Unidos e que entrou em vigor no último dia 10 de outubro, segundo comunicou neste domingo (23) o governo do Hamas no enclave palestino.

De acordo com esta contagem, 27 desses descumprimentos à trégua ocorreram neste sábado (22), quando uma nova onda de ataques israelenses ao longo do enclave palestino matou 24 pessoas e deixou 87 feridos.

“Condenamos nos termos mais enérgicos as contínuas e graves violações sistemáticas do acordo de cessar-fogo por parte das autoridades de ocupação israelenses”, declarou o escritório político do Hamas em um comunicado.

Nestes 44 dias desde que o cessar-fogo foi assinado, o governo de Gaza contabiliza a morte de 342 civis – a maioria deles crianças, mulheres e idosos, segundo o Ministério da Saúde do enclave –, 875 feridos e 35 detenções arbitrárias durante incursões e batidas além da chamada linha amarela.

A linha amarela é a demarcação imaginária para onde se retiraram as tropas israelenses (ainda dentro de Gaza) ao entrar em vigor o cessar-fogo. Entre esta linha e as fronteiras da Faixa com Israel e com o Egito, todo o perímetro, mais de 50% do enclave, está sob controle militar do Exército.

O novo detalhamento do governo de Gaza sobre as violações do cessar-fogo inclui 142 tiroteios contra civis, residências, bairros residenciais e tendas de deslocados; 21 incursões de veículos em zonas residenciais e agrícolas, cruzando a linha amarela; 228 bombardeios terrestres, aéreos e de artilharia; e 100 demolições de residências e infraestrutura civil.

O Hamas acusou Israel nas últimas horas de violar a trégua “com pretextos falsos” e instou os mediadores – Estados Unidos, Egito e Catar – a “intervir urgentemente e pressionar para deter estas violações de imediato”.

“Responsabilizamos plenamente a ocupação por todas as repercussões humanitárias e de segurança decorrentes destas violações, e afirmamos que sua contínua agressão minará qualquer esforço internacional para manter a calma”, acrescenta o comunicado do governo do Hamas.

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Por sua parte, o escritório do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou no sábado que lançou estes últimos ataques depois que um suposto combatente do Hamas cruzou a mencionada linha amarela e atacou seus soldados. “Em resposta, Israel eliminou cinco combatentes de alto escalão do Hamas”, assegurou o escritório de Netanyahu.

Desde que Israel começou sua ofensiva militar em Gaza (qualificada de genocídio por especialistas em direito internacional e uma comissão da ONU) após os ataques do Hamas, 69.733 pessoas foram mortas – entre elas, mais de 20 mil crianças – e 170.863 ficaram feridas, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave.

*Com informações da EFE
Publicado por Nícolas Robert