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Terroristas do Hamas fardados em Gaza (Foto: MOHAMMED SABER/EFE/EPA)

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Nove pessoas foram presas e três organizações foram acusadas de financiarem o terrorismo do Hamas a partir da Itália com mais de 7 milhões de euros após os atentados de 7 de outubro, informou neste sábado (27) a Guardia di Finanza (Polícia Financeira Italiana).

A ordem foi emitida pelo juiz de instrução do Tribunal de Gênova, a pedido da Diretoria Antimáfia e Antiterrorismo da cidade, após análise de denúncias de transações financeiras suspeitas e em colaboração com autoridades da Holanda e de outros países da União Europeia (UE).

Os suspeitos são acusados, na atual fase de investigação preliminar, de serem membros e de terem financiado o Hamas e suas diversas atividades terroristas por meio da Associação Beneficente de Solidariedade com o Povo Palestino, fundada em Gênova em 1994; da Organização de Voluntários para a Palestina, fundada em 2003; e da La Cupola d'Oro, inaugurada em Milão no mesmo ano.

As acusações são de "conspiração para cometer terrorismo, incluindo terrorismo internacional, e subversão da ordem democrática".

Acredita-se que eles tenham contribuído significativamente para as atividades criminosas da organização, totalizando aproximadamente 7 milhões de euros. Essas transações envolviam triangulação por meio de transferências bancárias ou outros meios via associações offshore para beneficiar associações sediadas em Gaza ou em Israel.

Os investigadores afirmam que o financiamento começou em 18 de outubro de 2001, mas foi após os ataques de 7 de outubro de 2003 que grandes somas de dinheiro, equivalentes a 7.288.248,15 euros, foram alocadas, "desviando esses fundos de seu propósito declarado, que era atender às reais necessidades da população civil de Gaza".

Entre os presos está Mohammad Hannoun, chefe da filial internacional do Hamas e líder da célula italiana, bem como representante legal ou administrador de fato dessas associações, que arrecadavam dinheiro ostensivamente para fins humanitários, embora na realidade mais de 70% dos fundos tenham sido desviados para financiar diretamente o Hamas ou suas entidades afiliadas.

Também foram presos Rawwa Adel Ibrahim Salameh, representante do nordeste da Itália; Abu Deiah Khalil, fundador e representante legal da Associação Beneficente La Cupola d'Oro; e Abdu Saleh Mohammed Ismail, residente na Turquia, acusados ​​de receber e transferir pelo menos 462.700 euros para o Hamas, incluindo dinheiro em espécie, entre outros.

Parte dos fundos teria sido usada para apoiar as famílias de homens-bomba ou pessoas detidas por crimes relacionados ao terrorismo, acrescentou a imprensa italiana.

“Apesar da necessária presunção de inocência que deve sempre ser reconhecida nesta fase, foram revelados comportamentos e atividades que, por trás da fachada de iniciativas em benefício da população palestina, ocultavam apoio e participação em organizações com genuínos objetivos terroristas. Este é um perigo ao qual o nosso governo está dedicando a máxima atenção”, declarou o Ministro do Interior, Matteo Piantedosi.

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