macron eua ucrânia
O presidente da França, Emmanuel Macron. (Foto: LESZEK SZYMANSKI/EFE/EPA)

Ouça este conteúdo

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta terça-feira (25) que os Estados Unidos se comprometeram a integrar a futura força internacional de manutenção da paz que será enviada à Ucrânia após o cessar-fogo. A declaração foi feita após uma reunião por videoconferência da Coalizão de Voluntários para a Ucrânia.

Segundo Macron, o grupo iniciará nesta quarta-feira (26) um “grupo de trabalho” coordenado por França e Reino Unido, com participação estreita da Turquia e, pela primeira vez, com “envolvimento dos Estados Unidos”. O presidente francês acrescentou que a presença dessa força internacional será essencial para garantir a “durabilidade” de um eventual acordo de paz.

De acordo com Macron, a segurança da Ucrânia dependerá de duas camadas de proteção: um Exército ucraniano reforçado e uma “segunda cortina” composta por forças multinacionais que atuariam como elemento de dissuasão contra uma nova agressão russa. O presidente afirmou ainda que “não há atualmente de forma clara uma vontade russa de chegar a um cessar-fogo”, colocando em dúvida a disposição de Moscou para negociar o plano de paz que está sendo finalizado pelos EUA em coordenação com Kiev em Genebra.

Macron também comentou a situação dos ativos russos congelados na Europa. Segundo ele, os países europeus enviarão “nos próximos dias” uma resposta coordenada sobre o uso dos fundos para garantir o financiamento contínuo da Ucrânia e oferecer “visibilidade” ao governo de Volodymyr Zelensky.

Horas antes da reunião da Coalizão de Voluntários, Macron havia reforçado em entrevista à rádio RTL que a Rússia continua sendo “uma das principais ameaças estratégicas” para a Europa e a Otan. Conforme a emissora, o presidente afirmou que Moscou conduz uma “guerra híbrida” no continente e que a França deve se preparar para um cenário de “alta intensidade” entre 2027 e 2030, incluindo riscos de ataques híbridos.

Macron reiterou que a presença física de forças internacionais - inicialmente com tropas francesas, britânicas e turcas - está prevista apenas para o período pós-acordo, e que essa força atuaria em locais estratégicos como Kiev e Odessa. Segundo ele, “nunca se planejou estar na linha de frente”, mas sim garantir treinamento, segurança e dissuasão após o fim das hostilidades.

A coalizão, que reúne mais de 30 países, incluindo Canadá, Austrália, Japão e a maior parte da União Europeia, discutiu também o andamento das negociações conduzidas pelos Estados Unidos para um acordo preliminar de paz. De acordo com fontes europeias citadas pela imprensa, o plano original foi profundamente alterado após consultas com Kiev e forte pressão das capitais europeias.

VEJA TAMBÉM: