Marco Rubio alerta: Venezuela é casa do Irã e do Hezbollah na América do Sul

Em entrevista, chanceler dos EUA afirma que Maduro coopera com narcotráfico, abriga estruturas ligadas ao regime iraniano e reage à presença militar americana porque ‘está no negócio das drogas’

  • Por Eliseu Caetano, dos Estados Unidos
  • 03/12/2025 08h38
Reprodução/Fox News Em entrevista à Fox News, Marco Rubio falou sobre a possível operação dos EUA na Venezuela Em entrevista à Fox News, Marco Rubio falou sobre a possível operação dos EUA na Venezuela

Em entrevista a Sean Hannity, o secretário de Estado Marco Rubio descreveu a Venezuela de Nicolás Maduro como um dos principais focos de instabilidade do hemisfério ocidental. O chanceler afirmou que o regime venezuelano não funciona como um governo formal, mas como uma estrutura montada para facilitar operações de narcotráfico e para permitir a entrada de influência iraniana e atuação do Hezbollah na América do Sul.

Rubio foi direto e categórico ao caracterizar o regime: “O regime de Maduro não é um governo legítimo. O que ele é, é uma organização de trânsito”. Segundo ele, a Venezuela se converteu em corredor oficial para a cocaína produzida na Colômbia, que atravessa o país com a participação e cooperação de integrantes do próprio regime antes de ser enviada aos Estados Unidos por meio de barcos e aviões.

Rubio enfatizou que essa acusação não é nova, tampouco retórica política, lembrando que existe um indiciamento do Distrito Sul de Nova York, de 2020, apontando Maduro e seus aliados por participação em operações de narcoterrorismo.

O chanceler também destacou que a irritação do regime venezuelano com a presença de forças norte-americanas no Caribe não é motivada por soberania, mas por interesse direto no tráfico: “O fato de Maduro estar irritado com a missão antidrogas mostra que drogas estão saindo da Venezuela”.

No trecho mais sensível da entrevista, Rubio afirmou que a Venezuela abriga estruturas vinculadas ao Irã, à Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC) e ao Hezbollah. De forma objetiva, disse: “O Irã, sua Guarda Revolucionária e até o Hezbollah têm presença na América do Sul, especialmente dentro da Venezuela”.

Para o secretário, essa presença transforma a crise venezuelana de problema regional em ameaça estratégica para a segurança dos Estados Unidos e de todo o hemisfério. Trata-se, segundo ele, da instalação de um eixo de influência iraniana na parte ocidental do mundo, algo que poucos países na região parecem dispostos a reconhecer publicamente.

Rubio também criticou a visão seletiva de setores políticos e da imprensa que consideram normal a presença de porta-aviões americanos na Europa ou no Oriente Médio, mas questionam quando isso ocorre no Caribe. Ele resumiu a contradição ao afirmar: “Se um porta-aviões americano estiver na Europa, todos aplaudem. Se estiver no Caribe, vira problema”.

Para o chanceler, essa lógica ignora o óbvio: se a prioridade é proteger os interesses dos Estados Unidos, o primeiro foco deve ser justamente o hemisfério ocidental, onde eventuais crises geram consequências mais rápidas e profundas.

Por fim, Rubio lembrou que a Venezuela vive um colapso humanitário que já levou mais de oito milhões de pessoas a deixarem o país, pressionando países vizinhos e ampliando oportunidades para o crime organizado transnacional.

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A mensagem central de Rubio é direta: a Venezuela não representa risco apenas por sua crise interna, mas pela combinação entre tráfico internacional de drogas, infiltração iraniana, atuação de grupos como o Hezbollah e deterioração institucional. Na sua avaliação, a resposta norte-americana se justifica pela gravidade e pela dimensão hemisférica do problema.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.