Motta expõe publicamente mal estar do Congresso Nacional com Lula. (Foto: Douglas Gomes / Republicanos)

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), expôs publicamente nesta segunda-feira (24) o mal-estar geral do Poder Legislativo com o governo Lula. Ele declarou ter rompido "todas" as relações com o líder do governo na Câmara.

“Não tenho mais interesse em ter nenhum tipo de relação com o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ)”, disse Motta à Folha. A declaração foi confirmada pela assessoria do parlamentar à Gazeta do Povo.

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No caso da Câmara dos Deputados, o desgaste entre os parlamentares paraibanos adveio da votação do PL Antifacção. Motta tem dito publicamente que o governo federal aposta em “falsas narrativas” para desinformar a população e desautorizar a iniciativa com fins eleitorais. Lindbergh também foi a público, em suas redes sociais, para dizer que o PL foi reprovado por especialistas e blinda as facções.

Já no caso do Senado, o desgaste institucional se refere à indicação do Advogado-Geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Acontece que o candidato do Senado seria o ex-presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O problema não teria sido nem a escolha do nome, mas a forma como foi conduzido o processo, que teria sido considerado um atropelo sobre os senadores.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), declarou nesta segunda “não saber por qual motivo” Alcolumbre teria rompido relações com ele, creditando a suposta divergência a informações divulgadas erroneamente pela imprensa.

“Recebi notícias de que ele estava chateado comigo, rompido comigo, mas confesso que não sei qual é o motivo. Minha relação com ele sempre foi a melhor possível, sempre busquei colaborar e contribuir”, disse em entrevista à GloboNews.

Apesar de dizer desconhecer o motivo do suposto rompimento, Wagner reconhece que a indicação de Messias causou “chateação” em Alcolumbre, não por ser escolha do presidente, mas por não ter sido comunicado previamente de que Lula faria o anúncio na quinta-feira passada. “O Alcolumbre estava na expectativa de que o presidente iria ligar pra ele antes da indicação”, completou.

O senador pontuou que terá uma reunião com Lula nesta terça (25) e que o momento é de baixar a tensão. Jaques Wagner desconversou sobre a possibilidade de não ter votos suficientes para a aprovação de Messias.

Nesta segunda-feira, o Senado Federal anunciou que analisará o nome de Messias para o STF. Como indício de que o nome não terá dificuldades, a Casa informou que desde “o século 19, no governo de Floriano Peixoto, não há rejeição de indicações ao STF por parte do Senado”.