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Netanyahu acusa Hamas de violar cessar-fogo em Gaza e promete resposta - Conexão Política

24/12/2025 17:43 Conexão Política
Foto: Amos Ben Gershom/GPO
Foto: Amos Ben Gershom/GPO

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou nesta quarta-feira (24) o Hamas de descumprir os termos do cessar-fogo em vigor na Faixa de Gaza. Segundo ele, o grupo terrorista teria deixado claro que não pretende entregar suas armas, o que contraria as condições estabelecidas no acordo firmado em outubro. A declaração ocorre após um ataque que deixou um oficial das Forças Armadas israelenses ferido na região de Rafah.

O pronunciamento foi feito durante a cerimônia de formatura de novos pilotos da Força Aérea de Israel. No discurso, Netanyahu citou o episódio ocorrido no sul da Faixa de Gaza, área onde tropas israelenses ainda mantêm operações, e afirmou que a postura do Hamas demonstra rejeição explícita ao processo de desarmamento previsto no cessar-fogo. Diante disso, o premiê declarou que Israel adotará medidas de resposta.

Mais cedo, o Exército israelense informou que um artefato explosivo foi detonado contra um veículo militar em Rafah, ferindo levemente um oficial. O Hamas negou envolvimento direto no ataque. Um de seus representantes, Mahmoud Merdawi, afirmou em publicação em rede social que a explosão teria sido causada por munições não detonadas anteriormente, deixadas no local, e que mediadores já haviam sido informados sobre o episódio.

O cessar-fogo atualmente em vigor integra um plano de 20 pontos apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em setembro. A proposta prevê uma trégua inicial acompanhada da libertação de reféns e prisioneiros, além de uma retirada parcial das forças israelenses. Até o momento, apenas essa primeira etapa foi implementada.

O plano americano estabelece, ao final do processo, o desarmamento completo do Hamas e o fim de qualquer papel governamental do grupo em Gaza, juntamente com a retirada total de Israel do território. O Hamas, por sua vez, sustenta que só abrirá mão de seu arsenal após a criação de um Estado palestino, condição que o governo israelense afirma não aceitar.

Embora o cessar-fogo tenha reduzido significativamente os confrontos desde sua entrada em vigor, em 10 de outubro, episódios de violência continuam sendo registrados. O Hamas alega que mais de 400 pessoas morreram no território desde então, enquanto Israel informa a morte de três soldados em ataques atribuídos aos terroristas.

Netanyahu também mencionou outras frentes de preocupação regional. Segundo ele, o Hezbollah, no Líbano, igualmente não demonstrou intenção de se desarmar, apesar de um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos após ofensivas israelenses no ano passado. O premiê acrescentou que Israel segue atento às ações dos houthis apoiados pelo Irã no Iêmen e ao próprio Irã.

“Não buscamos confrontos, mas estamos vigilantes diante de ameaças que se transformam constantemente”, afirmou Netanyahu. O primeiro-ministro deve se reunir com Trump na próxima semana, encontro que deve ter como foco principal a discussão sobre a próxima etapa do plano para a Faixa de Gaza.

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