Papa pede diálogo direto entre Rússia e Ucrânia e chama atenção para crise em Gaza
Em mensagem de Natal, pontífice também fez apelos pela América Latina, migrantes e populações afetadas por guerras e desastres naturais
Em seu primeiro Natal como papa, Leão XIV fez nesta quinta-feira (25) um apelo para que Rússia e Ucrânia tenham a “coragem” de iniciar negociações diretas para encerrar a guerra. Na mensagem tradicional de Natal, o pontífice também destacou a grave situação humanitária em Gaza e pediu mais diálogo diante de conflitos e crises ao redor do mundo.
“Rezamos especialmente pelo atribulado povo ucraniano, para que cesse o estrondo das armas e para que as partes envolvidas, com o apoio da comunidade internacional, encontrem a coragem para dialogar de maneira sincera, direta e respeitosa”, afirmou o papa durante a bênção urbi et orbi (à cidade e ao mundo).
A Ucrânia foi invadida pela Rússia em fevereiro de 2022. Segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, um plano atualizado apresentado pelos Estados Unidos propõe o congelamento da linha de frente e a criação de zonas desmilitarizadas. As últimas negociações diretas entre Moscou e Kiev ocorreram há cerca de seis meses, sem avanço para uma trégua.
Antes da bênção, durante a missa na Basílica de São Pedro, Leão XIV falou sobre o impacto das guerras nas populações civis. “Frágil é a carne das populações indefesas, provadas por tantas guerras, que deixam para trás escombros e feridas abertas”, disse.
O pontífice destacou ainda a situação em Gaza, palco de uma guerra de dois anos entre Israel e o grupo Hamas, que deixou dezenas de milhares de mortos e provocou sucessivos deslocamentos da população. Ele mencionou as “tendas de Gaza, expostas à chuva, ao vento e ao frio”, e as condições extremas enfrentadas pelos moradores durante o inverno.
Leão XIV, que tem cidadania americana e peruana, também fez um apelo voltado à América Latina e aos migrantes. Pediu que líderes políticos priorizem o diálogo e o bem comum, sem exclusões ideológicas ou partidárias, e citou aqueles que atravessam o continente em busca de melhores condições de vida.
Em outras partes do mundo, líderes e fiéis também marcaram o Natal com mensagens de esperança. O rei Charles III destacou a “compaixão e a reconciliação” em seu discurso natalino, enquanto, em Gaza, a pequena comunidade católica celebrou a Missa do Galo com pedidos pelo fim da guerra. Já em regiões afetadas por desastres naturais, como a ilha indonésia de Sumatra, celebrações religiosas ocorreram em meio ao luto e à reconstrução.
*Com informações da AFP

