Consulta pública define sobre expansão do modelo cívico-militar e adesão ao Parceiro da Escola na rede de educação do Paraná.
Estudantes de colégio estadual durante atividade cívica; futuro das escolas paranaenses depende da participação da comunidade na consulta pública. (Foto: Lucas Fermin/Governo do Paraná)

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Nesta segunda e terça-feira (17 e 18), pais, responsáveis, servidores e estudantes maiores de 18 anos participam de consulta pública que vai deliberar sobre dois temas centrais para a organização das escolas no estado do Paraná: a ampliação dos colégios cívico-militares e a possibilidade de adesão de novas unidades ao programa Parceiro da Escola na rede.

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A votação é presencial, das 8h às 22h, e exige apresentação de documento oficial com foto. No caso do modelo cívico-militar, 50 escolas de 34 municípios participam da consulta pública para avaliar a migração a partir de 2026. Essas instituições, que juntas atendem mais de 21 mil alunos, foram selecionadas com base em critérios técnicos estabelecidos pelo governo estadual.

Algumas modalidades não são elegíveis para consulta a este modelo, como escolas noturnas, Centros Estaduais de Educação Básica para Jovens e Adultos (Ceebjas), unidades indígenas, quilombolas, conveniadas com Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes), itinerantes ou instaladas em assentamentos. Colégios agrícolas com mais de 150 estudantes poderão ser incluídos futuramente.

Mais 50 escolas da rede paranaense definem se migram para modelo cívico-militar a partir de 2026. Estado mantém 312 unidades no modelo.

As cidades envolvidas na consulta pública desta semana realizada pela rede de educação do Paraná abrangem diferentes regiões do estado — de Curitiba, Ponta Grossa e Maringá a municípios de menor porte, como Loanda, Sabáudia e Joaquim Távora. O modelo é considerado como consolidado no sistema de ensino estadual.

Desde 2024, o Paraná conta com 312 unidades organizadas no formato cívico-militar, incluindo escolas que antes integravam programas federais (e que foi cortado pela gestão Lula). Levantamento do instituto Paraná Pesquisas indicou mais de 89% de aprovação entre pais e responsáveis e mais de 90% entre professores e pedagogos ao modelo.

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Além do modelo cívico-militar, a consulta pública à rede de educação do Paraná nesta semana define novas adesões ao programa "Parceiro da Escola", que reorganiza atribuições administrativas e de infraestrutura por meio de parcerias com empresas privadas que atuam no segmento escolar. Nesta etapa, 96 escolas, distribuídas em 78 municípios, estão habilitadas a participar, representando mais de 44,5 mil estudantes.

A iniciativa funciona em outros 82 colégios, somando mais de 54 mil alunos. O modelo transfere a empresas da rede particular as atividades de manutenção predial, reposição de funcionários e gestão de serviços, enquanto equipes pedagógicas e diretores concentram esforços na obtenção de avanços na aprendizagem.

A Seed-PR reforça que a parceria não altera o vínculo nem a remuneração dos profissionais da educação e que o ensino permanece público e gratuito. Pesquisa da Radar Inteligência indicou que 86% dos pais aprovam o funcionamento do programa. Outros 84% responderam que recomendariam o projeto a outras famílias.

A apuração será feita com acompanhamento das equipes regionais da Secretaria da Educação do Paraná, e o resultado vai definir se cada escola permanecerá como está ou adotará uma nova forma de organização. O secretário paranaense da Educação, Roni Miranda, afirma que a participação social tem sido reforçada ao longo da atual gestão e que as consultas públicas deixam claro que a comunidade escolar precisa estar no centro das decisões.

“Quando famílias, estudantes e profissionais da educação são ouvidos, o resultado é uma escola mais forte e alinhada às expectativas de quem vive o dia a dia da unidade”, destaca. Para ele, a combinação entre escolha local e políticas de escala estadual é essencial para que cada escola encontre o modelo que melhor responde às suas demandas específicas.

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