Felipe Francischini e Ratinho Junior.
Francischini deve assumir o comando do Podemos após migrar para sigla na janela partidária. (Foto: Rogério Machado/Podemos Paraná)

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A presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, participou do evento da legenda no Paraná, nesta terça-feira (9), quando se encontrou com o governador Ratinho Junior (PSD) e com nomes que disputam a indicação do chefe do Executivo paranaense para continuidade do grupo político no comando do estado. O evento do Podemos ocorreu em Curitiba e marcou a chegada do deputado federal Felipe Francischini na sigla, apesar do deputado federal continuar filiado ao União Brasil, partido que comandou no Paraná. O parlamentar deixou a legenda após o senador Sérgio Moro (União Brasil) assumir a presidência estadual.

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Após atritos nos bastidores, Francischini deixou a legenda e espera a janela partidária para deixar oficialmente o União Brasil. A legislação prevê que um parlamentar só pode mudar de sigla com anuência do antigo partido, fora do período da janela partidária, sob risco de perder o mandato. No último mês, o deputado federal assumiu a articulação política do Podemos para filiação de aliados e passou a comandar as conversas sobre o apoio ao candidato que será indicado por Ratinho Junior. 

Os nomes mais cotados ao governo pelo PSD participaram da festa do Podemos: o secretário de Cidades, Guto Silva; o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), deputado estadual Alexandre Curi; e o secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca. Ex-prefeito de Curitiba, Greca esteve no local do evento antes do início da cerimônia, mas deixou o local rapidamente.

Sem possibilidade de assumir o partido até março, Francischini divide o comando com a atual presidente do Podemos Paraná, Luciane Bonatto, mãe do deputado federal. Durante o evento, ela confirmou que a sigla seguirá na base do governo e apoiará o pré-candidato escolhido por Ratinho Junior. “Nós estamos fechados com o governador. É só ele indicar o nome, pois somos soldados do partido e estamos com ele”, disse em entrevista à Gazeta do Povo.

Ex-presidente estadual do União Brasil, Francischini tem a meta de trazer 35 prefeitos e 50 vice-prefeitos até o final do ano para o Podemos. Além da visita da presidente nacional, o evento desta terça-feira foi marcado pela filiação de novos políticos ao partido no Paraná.   

Segundo Francischini, as novas filiações colocam o Podemos como a terceira força do estado em número de prefeituras, o que terá peso para montar as chapas de deputados estaduais e federais nas eleições de 2026. “O Podemos é meu caminho natural a partir de março com a abertura da janela partidária. Hoje, nós filiamos uma grande parte do nosso grupo político. Em 35 dias, desde o acordo com a presidente Renata Abreu, chegamos a 30 prefeitos e 39 vice-prefeitos.”

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A presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, tornou público o aceno ao governador paranaense na sucessão estadual e até deixou em aberto a possibilidade de apoiar o projeto nacional de Ratinho Junior, nome cotado pela centro-direita na corrida presidencial de 2026. “O nosso movimento está de portas abertas para você. Nós acreditamos na sua essência e no jeito como você fez cada paranaense voltar a acreditar”, disse a líder do Podemos.

Em tom descontraído, ela brincou ao dizer que Ratinho Junior é “um homem muito assediado”, mas usou o comentário para reforçar o argumento de que o Brasil precisa de líderes que unam o país. “A missão de reconstruir a esperança já não cabe só ao Paraná”, declarou no palco do evento, o que soou como um recado direto ao governador de que o Podemos pode embarcar em uma eventual pré-candidatura à Presidência da República.

Ratinho Junior respondeu valorizando o avanço do Podemos no estado e a condução política de Renata Abreu. “Em 60 dias, vocês fizeram do Podemos a terceira força do Paraná, com um timaço de gente de bem”, afirmou.

O governador também repetiu o discurso de defensor da pacificação institucional e listou avanços em educação, inovação, sustentabilidade e infraestrutura, afirmando que o Paraná só conseguiu dar saltos porque “todo mundo rema para o mesmo horizonte”. “Eu não sei o que Deus vai reservar para a minha vida, mas o que vier, vamos trabalhar juntos”, disse Ratinho Junior, que mantém a postura de não falar publicamente sobre a pré-candidatura a presidente pelo PSD.