Policiais do Denarc são presos sob suspeita de receber propina do PCC

Um advogado e os dois agentes foram detidos preventivamente com autorização da 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital

  • Por Nátaly Tenório
  • 10/12/2025 15h52 - Atualizado em 10/12/2025 15h54
Divulgação/MPSP Policiais do Denarc são presos sob suspeita de receber propina do PCC para interromper investigação A Justiça determinou ainda o confisco, sequestro e bloqueio de bens no montante de R$ 1 milhão

Dois policiais do Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico) foram presos na manhã desta quarta-feira (10) durante a operação Mata-Nova, do Ministério Público de São Paulo. Um advogado suspeito de cobrar propina do PCC (Primeiro Comando da Capital) para suspender investigação contra um membro da facção também foi detido.

O advogado e os dois policiais foram presos preventivamente com autorização da 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital. Um terceiro policial está sendo investigado.

A Justiça determinou ainda o confisco, sequestro e bloqueio de bens no montante de R$ 1 milhão, que é o valor apontado na investigação como a propina paga pelo advogado para os três policiais.

Entenda o caso

A Promotoria relata que, em 2024, a prisão em flagrante de um motorista que transportava 345 kg de entorpecentes escondidos em um fundo falso de um caminhão frigorífico abriu caminho para uma nova linha de investigação. A partir da quebra de sigilo telemático, os investigadores tiveram acesso a um vídeo que mostrava uma negociação para supostamente barrar apurações envolvendo um traficante conhecido como “Costurado”, apontado como membro do PCC e responsável por parte da logística financeira da facção. Apesar de ter sido localizado um laboratório de refino associado a ele em Jarinu, no interior paulista, o caso não avançou.

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O registro, feito em 23 de maio de 2024, mostra uma videochamada entre dois policiais do Denarc e um advogado, além da menção a um terceiro agente. Conforme o Gaeco, pouco depois desse contato, os envolvidos adquiriram imóveis, levantando suspeitas devido ao patrimônio considerado incompatível com os salários pagos pelo Estado. Ainda segundo a Promotoria, o advogado já possui condenações anteriores por extorsão mediante sequestro e por associação criminosa.