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O Tribunal Militar do Distrito Sul da Rússia, em Rostov-on-Don, condenou nesta quinta-feira (27) oito homens à prisão perpétua pela explosão da Ponte da Crimeia em outubro de 2022.
No atentado à ligação entre o território russo e a península ucraniana (anexada ilegalmente por Moscou em 2014), cinco pessoas morreram e a ponte sofreu grandes danos, que forçaram seu fechamento durante meses.
Segundo informações do jornal The Moscow Times, os oito réus foram considerados culpados de cometer “ato terrorista” letal e de adquirir armas ilegalmente como parte de um grupo criminoso organizado. Dois deles também foram condenados por contrabando de explosivos.
Um ano após o atentado, a Ucrânia assumiu a responsabilidade pela explosão, mas insistiu que os presos pelo ataque (que incluem cidadãos da Ucrânia, Moldávia e Armênia) não sabiam que o caminhão, que continha uma carga de filme plástico, transportava explosivos escondidos que seriam detonados para danificar a ponte.
Todos os oito réus negaram as acusações. O grupo Memorial, que pesquisa violações de direitos humanos na Rússia e foi banido do país, confirmou essa alegação e chamou os detidos de presos políticos.
“Todos insistem que estavam apenas cuidando de seus assuntos normalmente e que desconheciam que a carga continha explosivos. Após a explosão na ponte, os réus contataram voluntariamente o FSB [Serviço Federal de Segurança da Rússia] e revelaram o que sabiam”, afirmou a Memorial, em comunicado divulgado antes do julgamento.
“Por um período, eles chegaram a se hospedar em um hotel às suas próprias custas para poderem comparecer e depor [à Justiça russa]. No entanto, de 12 a 14 de outubro de 2022, todos foram detidos sob suspeita de participação no atentado e levados sob custódia”, relatou a ONG.


