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O ditador Vladimir Putin. (Foto: MIKHAIL METZEL/EFE/EPA/SPUTNIK/KREMLIN/POOL )

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O regime da Rússia saiu em defesa da ditadura comunista da China nesta quinta-feira (27) ao criticar os planos do Japão de instalar um sistema de mísseis na ilha de Yonaguni, próxima a Taiwan. Em comunicado citado pela agência Reuters, o Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que Moscou “se reserva o direito” de adotar uma “resposta dura” caso o governo japonês avance com a instalação do armamento.

Segundo a agência, autoridades russas acusaram Tóquio de seguir orientações dos Estados Unidos ao reforçar sua presença militar no extremo sul do arquipélago japonês. De acordo com Moscou, o Japão estaria “militarizando as ilhas” e contribuindo para elevar as tensões no Indo-Pacífico.

A reação russa ocorre logo após a China emitir sua própria advertência. A agência Anadolu, citando o jornal estatal chinês Global Times, informou que o Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado de Pequim classificou o plano japonês como “uma manobra extremamente perigosa”. O porta-voz Peng Qing’en disse que posicionar mísseis em uma área tão próxima a Taiwan significa “criar deliberadamente um ambiente de confronto”.

Pequim também afirmou que o Japão viola o espírito da Constituição pacifista adotada após a Segunda Guerra Mundial e mencionou o Proclamação de Potsdam de 1945 ao defender que o país não deveria ampliar sua capacidade militar ofensiva. Para a China, Taiwan é parte integral de seu território, e qualquer movimento estrangeiro na região “será visto como interferência”.

A elevação da tensão entre China e Japão ocorre após declarações do ministro da Defesa japonês, Shinjiro Koizumi, que afirmou que os preparativos para instalar a unidade de mísseis em Yonaguni estavam “avançando de forma constante”, conforme divulgado pela Bloomberg e reproduzido pela Anadolu. A ilha fica a pouco mais de 100 quilômetros da costa leste de Taiwan.

O anúncio ocorre em meio a uma crise diplomática crescente entre Tóquio e Pequim. No início deste mês, a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sugeriu que um ataque chinês a Taiwan poderia ser interpretado como uma ameaça à sobrevivência do Japão - o que, pela legislação japonesa, permitiria acionar o direito de autodefesa coletiva. A fala gerou forte reação da China, que levou ao cancelamento de viagens de turistas chineses ao Japão e ao endurecimento de medidas comerciais.

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