Sóstenes Cavalcante
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL) (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

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O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, divulgou, nesta quarta-feira (24), documentos e imagens de um imóvel para tentar justificar a origem de R$ 470 mil em espécie apreendidos durante uma operação da Polícia Federal. Segundo o parlamentar, o dinheiro é fruto da venda de uma casa localizada em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, e teria origem lícita.

A manifestação ocorre após Sóstenes ter sido um dos alvos da Operação Galho Fraco, deflagrada pela Polícia Federal para investigar suspeitas de desvio de recursos públicos da cota parlamentar. Outro deputado investigado na mesma operação é Carlos Jordy. O montante de R$ 470 mil foi apreendido em um quarto de hotel, em Brasília, que estaria sob responsabilidade de Sóstenes.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o deputado afirmou que o dinheiro apreendido “é fruto da venda de um imóvel, dinheiro lícito e de origem comprovada”. Segundo ele, a casa foi adquirida em 2023 e estava registrada em seu nome, com escritura lavrada em cartório. “O imóvel é uma casa que eu comprei em 2023, na cidade de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, devidamente registrada em cartório, em meu nome, no meu CPF, conforme você pode ver na escritura”, declarou.

Para sustentar sua versão, Sóstenes divulgou cópias da escritura do imóvel, imagens da residência e sua declaração de Imposto de Renda. O parlamentar afirmou que inicialmente colocou o imóvel à venda por R$ 690 mil, mas que acabou aceitando uma proposta menor por conta da desvalorização do bem. Segundo ele, o valor final negociado foi de R$ 500 mil, pagos à vista e em dinheiro.

“Recebemos a proposta de um comprador que pagou R$ 500 mil à vista em dinheiro. Reitero a todos que me conhecem: o dinheiro é lícito, declarado, tudo conforme manda a lei”, afirmou. Sóstenes disse ainda estar confiante de que, após os esclarecimentos prestados à Polícia Federal e ao ministro responsável pelo caso, o valor apreendido será devolvido. “Tenho certeza de que, depois de tudo esclarecido, esse dinheiro será devolvido, porque ele é de fonte lícita e transparente”, completou.

A Operação Galho Fraco foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino. Segundo relatório que embasou a decisão, há indícios de que os deputados investigados teriam se apropriado indevidamente de recursos da cota parlamentar por meio de servidores comissionados.

De acordo com a investigação, os valores desviados teriam sido direcionados a empresas privadas, entre elas a Harue Locação de Veículos Ltda. ME e a Amazon Serviços e Construções Ltda. Como parte das diligências, a Polícia Federal apreendeu celulares e outros dispositivos eletrônicos dos parlamentares, que devem passar por perícia.

Além de apresentar documentos, Sóstenes reafirmou sua inocência e alegou ser alvo de perseguição política por adversários. Em sua manifestação, o deputado também fez críticas ao governo federal e citou o filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido como Lulinha, afirmando que ele não teria o mesmo nível de transparência para explicar sua situação patrimonial à Justiça.

A defesa de Sóstenes sustenta que não houve irregularidade na movimentação dos recursos e que todas as informações patrimoniais estão devidamente declaradas aos órgãos competentes. A Polícia Federal, por sua vez, segue com a análise do material apreendido para apurar se houve ou não desvio de recursos públicos e eventual prática de crimes contra a administração pública.

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